quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Infarmed: que independência?




Em Portugal, o Infarmed é a entidade que regula o mercado do medicamento, mais exactamente, é a Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde. É um instituto público integrado na administração indirecta do Estado, dotado de autonomia administrativa, financeira e património próprio, este prossegue as atribuições do Ministério da Saúde, sob superintendência e tutela do respectivo ministro.

Aliás, foi a ministra da Saúde, Ana Jorge, que convidou recentemente Jorge Torgal, amigo de longa data e colega do curso de medicina, para novo presidente do Infarmed.
Até aqui tudo bem, é uma escolha política, legitima dentro do quadro de dependência tutelar do Infarmed.




Promiscuidade entre a Infarmed e a indústria farmacêutica.



O problema é que Jorge Torgal, além de ter sido presidente do Instituto de Medicina Tropical de Lisboa e vice-presidente da Cruz Vermelha Portuguesa, foi durante longos anos vogal do Conselho de Curadores da Fundação GlaxoSmithKline das Ciências de Saúde. A Fundação da GSK é uma instituição sem fins lucrativos que promove e patrocina “projectos e actividades de investigação e divulgação científica e tecnológica”.


Independentemente de sabermos para que servem as fundações, fuga aos impostos entre outras "actividades", a questão pertinente é compreender como é que pode ser nomeado para presidente do Infarmed um médico profundamente embebido longos anos na segunda maior farmacêutica do mundo, a seguir à Pfizer, a GlaxoSmithKline?


Foi o ano passado, quando ainda era director do Instituto de Higiene e Medicina Tropical, que Jorge Torgal, afirmava que uma epidemia da gripe A em Portugal poderia causar dois a três milhões de infectados e 75 mil mortos. Claro que foi um acaso, a vacina encomendada por Portugal ter sido a Pandemrix, produzida pelo laboratório...GlaxoSmithKline.


Como se isso não chegasse, Jorge Torgal, convidou para vice-presidente um médico que até há pouco tempo foi director-geral de uma multinacional farmacêutica em Portugal, Miguel Vigeant Gomes, ex-director da Janssen Cilag Farmacêutica.




Quando a indústria farmacêutica faz lei.



Esta falta de transparência e independência não é um caso exclusivamente português. Basta lembrar, que no ano passado, em plena "pandemia" de gripe A, a própria OMS (Organização Mundial de Saúde) preconizava o uso de Tamiflu para todos os portadores da doença, quando já então o BMJ (British Medical Journal) publicava um estudo mostrando a sua ineficácia. Mais do que isso, os estudos anteriores que tinham demonstrado a eficácia do Tamiflu tinham sido financiados pelo laboratório que o fabricava.


É difícil provar a implicação dos laboratório farmacêuticos nas decisões de organismos que deveriam zelar pela independência e o bem da saúde pública e dos doentes, mas a dúvida é legitima. Grande parte do financiamento da OMS é feito pela industria farmacêutica. O mesmo se passa com a FDA (Food and Drug Administration) nos Estados Unidos ou a Afssaps (Agence française de sécurité sanitaire des produits de santé) em França, ou ainda a EMA (Agência Europeia dos Medicamentos.

Poderia pensar-se que só na sua autorização de colocação no mercado é que a influência da indústria farmacêutica é preponderante, mas esta passa-se a todos o níveis. Os estudos clínicos são muitas das vezes manipulados, ou para aumentar artificialmente a eficácia de um medicamento ou para minimizar os seus efeitos secundários.

As declarações, feitas de livre vontade, da inexistência de conflitos de interesses dos redactores de artigos médicos em relação aos laboratórios farmacêuticos não chegam para dissipar a opacidade das relações existentes entre os dois. A publicação dos resultados que conduzem os especialistas dos organismos como o Infarmed, designados para avaliar os medicamentos, por exemplo quanto à sua toxicidade ou benefício/risco, seria bem vinda.


A farmacovigilância, está cada vez mais confiada à indústria farmacêutica o que não deixa de ser preocupante. O exemplo mais flagrante, é uma directiva da Comissão Europeia, de dezembro de 2008, que preconiza o fim do financiamento público da farmacovigilência, tanto do ponto de vista da colheita de dados como da sua interpretação, quanto aos efeitos secundários dos medicamentos. Esta passara a ser realizada unicamente pela indústria farmacêutica. No entanto, é a própria Comissão que admite que 5% das hospitalizações são devidas a reacções secundárias provocadas pelos medicamentos e que estas representam um quinto das mortes hospitalares.

No século passado, um medicamento era tido como suspeito até provar a sua inocuidade e eficácia. Após a segunda guerra mundial, o método adoptado passou a ser os ensaios duplamente cegos, com vista a minimizar as interpretações subjectivas. Este último método é o que prevalece ainda hoje mas o sua realização passou a ser controlado pelos laboratórios. Resultado: caso único nas actividades económicas, é a própria indústria farmacêutica que se auto-avalia.




http://www.publico.pt/Sociedade/jorge-torgal-e-o-novo-presidente-do-infarmed_1434450

http://www.publico.pt/Sociedade/novo-vice-do-infarmed-vem-da-industria-farmaceutica_1436943

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Paracetamol: atenção às sobredosagens



O paracetamol é um dos medicamentos mais utilizados para a febre e a dor.

Permanece um referência inultrapassada e como tal deve ser usado como primeira escolha, mas cuidado com as sobredosagens.




Risco a partir de 3 g por dia.


O paracetamol é o medicamento de eleição no tratamento da dor e da febre. Não sendo um anti-inflamatório, não provoca lesões gástricas.

A dose habitual no adulto é de 0,5 a 1 g se necessário três vezes por dia.

Largamente utilizado, quando ingerido voluntariamente ou acidentalmente em dose elevadas pode provocar intoxicações graves, por vezes mortais. Uma necrose do fígado pode surgir com uma insuficiência hepática ao fim do quinto ou sexto dia.

Numerosos são os casos relatados nas revistas médicas de intoxicação do fígado pelo paracetamol. A revista BMJ (British Medical Journal) relata, este mês, mais dois casos de insuficiência hepática aguda provocada por este medicamento.

Mais uma vez uma chamada de atenção importante para não tomar mais do que 4 g diárias de paracetamol. Essa dose deve ser reduzida para 3 g diárias no caso de pessoas com alguma doença do fígado, alcoolismo crónico ou desidratação. Nos casos em que o peso de um adulto seja inferior a 50 kg, não deverá ultrapassar 2 g por dia.


O antídoto para as intoxicações com paracetamol é a acetilcisteína, usado como expectorante com o nome comercial de Fluimucil, existe sob a forma de comprimidos efervescente ou solução, mas também sob a forma injectável no tratamento das intoxicações com o paracetamol nas primeiras oito horas.



Nas crianças: para a febre, primeiro o paracetamol.


Para baixar a febre nas crianças, o paracetamol permanece o tratamento de referência. A revista "Prescrire" elaborou um estudo com 156 crianças, com idades entre os 6 meses e os 6 anos, com febre e tratadas, umas com o paracetamol (Ben-u-ron) unicamente, outras com o ibuprofeno (Brufen) unicamente e um terceiro grupo com a associação dos dois (paracetamol e ibuprofeno.

Durante as 4 primeiras horas, as crianças taratada com a associação permaneceram mais tempo sem febre, 171 minutos, contra 156 minutos com o ibuprofeno e 116 minutos com o paracetamol. Mas ao fim de 48 horas, não foi observada nenhuma diferença nos sintomas ligados à febre entre os vários grupos.



Nas artroses: primeira escolha, o paracetamol.


Nas dores articulares provocadas pelas artroses, o paracetamol deve ser o medicamento de primeira linha. Quando este não é suficiente, devemos recorrer aos anti-inflamatórios. Aqui o que apresenta menor risco, sobretudo gastro-intestinal, é o ibuprofeno.

A glucosamina (Viartril) ou a condroitina (Ossin) não mostraram qualquer utilidade na artrose. Não se revelaram serem mais eficazes do que um placebo, tendo efeitos secundários: reacções alergicas para a glucosamina e alterações digestivas para a condroitina.



http://www.bmj.com/content/341/bmj.c6764.full

http://www.prescrire.org/docu/archive/aLaUne/dossierDouleursArticulairesParacetamol.php

http://www.pharmacorama.com/Rubriques/Output/Eicosanoidesa5_1_7.php

http://www.prescrire.org/fr/3/31/20098/0/NewsDetails.aspx

Ómega 3 e vitamina B não previnem os acidentes cardiovasculares




A ingestão suplementar de ómega 3 está na moda. Muitos são os alimentos que mencionam serem ricos nesses ácidos gordos. Apesar da publicidade, a inutilidade da ingestão suplementar de ómega 3 já foi aqui abordada. Um novo estudo clínico vai no mesmo sentido.




Um estudo clínico realizado em França e publicado no dia 29 de novembro deste ano na revista BMJ (British Medical Journal) procurou avaliar se os doentes com antecedentes de doenças cardiovasculares beneficiam com a ingestão de vitamana B ou ómega 3 na prevenção de um segundo episódio desses mesmas doenças.


Foram estudados 2501 doentes, durante 4,7 anos, que tinham tido um enfarte do miocardio, um acidente vascular cerebral ou angina de peito. Foi administrado a esses doentes vitamina B e ómega 3, num estudo duplamente cego versus placebo. Um grupo de doentes teve um suplemento de vitamina B, outro um suplemento de ómega 3 e outro ambos os suplementos.


Verificou-se um aumento da homocisteína em 19% dos doentes que tomavam vitamina B em relação aos que tomavam placebo. Houve um aumento plasmático de ómega 3 em 37% nos que tomavam esse ácido gordo em relação ao grupo placebo.


Tanto nos doentes que tomavam um suplemento de vitamina B como nos que tomavam um suplemento de ómega 3 não houve uma qualquer redução da mortalidade ou na incidência de um novo episódio de eventos cardiovasculares.








quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

A hipocrisia das campanhas de natal !



Antes de mais, acho que cabe ao estado, através das suas receitas fiscais, promover a equidade na sua redistribuição das riquezas, prioritariamente aos mais necessitados. Como infelizmente isto nem sempre é feito, a sociedade civil e algumas empresas podem contribuir para uma maior igualdade social.


Cronicamente, na época natalícia surgem campanhas, sobretudo na televisão, com vista à angariação de donativos para ajudar esta ou aquela organização necessitada. Como veremos, quem ganha com essas campanhas não são só os seus destinatários.



Doar o dinheiro dos outros.


As campanhas de donativos em dinheiro nos hipermercados, por exemplo com o famoso arredondamento no preço final das compras, beneficia sobretudo os próprios hipermercados. Estes fazem publicidade gratuita à sua marca, aumentam as vendas, fazem a doação de dinheiro que não é deles, ficando com a fama, e por fim ainda deduzem esse dinheiro nos impostos. Só benefícios!


Assim, é fácil fazer caridade com o dinheiro dos outros.
Se esses grandes supermercados, Continente, Worten e outros, querem dar dinheiro a organizações carenciadas, porque é que não o fazem directamente dos seus cofres?
A Jerónimo Martins, quando das inundações da Madeira, não precisou deste tipo de subterfúgio para doar um milhão de euros à região, e isto parafraseando a sua publicidade: "sem talões, cartões e outras complicações".


A propósito da Madeira, sabem porque é que os madeirenses só receberam 2 milhões e não 2 milhões e 880 mil euros doados na campanha de chamadas telefónicas a favor do temporal?
Porque essa diferença foi para os cofres da PT e do estado.
Quando de boas fé as pessoas ligavam para doar os 60 centimos por chamada + IVA, esse total era então de 72 centimos, mas o donativo real que chegou à Madeira era de 50 centimos.
Os 22 centimos de diferença, ou seja 33% do total, foram para a PT (10 centimos) e para o estado (12 centimos representando o IVA cobrado).



quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Quando os medicamentos matam



Após mais de cinquenta artigos sobre medicamentos e o lobby farmacêutico, e 100 000 visitantes, aqui fica a tradução de um artigo de opinião de Bruno Toussaint, médico, director de redacção da revista "Prescrire".




Este corrobora a minha opinião, como médico, há 25 anos, sobre as medidas que deveriam urgentemente serem tomadas para evitar novos casos mortais como os de Vioxx, Liopbay, Avandia e Mediator.






Para evitar um novo caso Mediator.




Qual é o ponto comum entre Lipobay (cerivastatina), Vioxx (rofecoxib), Reductil (sibutramina), Acomplia (rimonabant), Avandia (rsiglitazona), Mediator (benffluorex), entre outros medicamentos?




Todos foram retirados do mercado no decorrer destes últimos anos, por causa dos seus efeitos secundários de uma gravidade desproporcionada em relação aos benefícios que traziam para os doentes. Em todos estes casos, esses efeitos secundários eram conhecidos de longa data ou previsíveis. Conhecidos muitas das vezes assim que foram colocados no mercado, porque esses foram observados durante os ensaios clínicos. Previssíveis por raciocínio farmacológico ou pela proximidade quimica desse medicamento com outros medicamentos que tinham esfeitos secundários graves.




Estudos clínicos ulteriores e notificações dos efeitos secundários por médicos e a sua posterior analise nos centros de farmacovigilância, em França ou em outros países, vieram confirmar o que à partida era conhecido ou previsível.




Para todos estes medicamentos, a revista "Prescrire" tinha alertado os seus assinantes durante anos, muito antes que as autoridades acabassem por decidir as suas retiradas do mercado. assim, provavelmente, milhares de doentes poderiam ter escapado aos seus efeitos secundários graves e estes desastres de saúde pública poderiam ter sido evitados.




Para isso são necessárias três condições.




Antes mais, a condição de pensar sempre em termos de benefício/risco para os doentes: porquê correr um risco, mesmo que minimo, quando não existe nenhum benefício real demonstrado?




Depois, a condição de dar a maior atençaõ aos efeitos secundários descitos nos ensaios clínicos, de aplicar raciciocínios de farmacologia básica, e d e analisar as publicações especializadas de farmacovigilância do mundo inteiro.




Por fim, a condição de em caso de dúvida fazer sempre beneficiar o doente e não o laboratório farmacêutico: não voltaremos a dar vida às vítimas mortais do Mediator, apesar dos processos que irão ser movidos contra o laboratório Servier.




O caso Mediator revela disfuncionamentos graves das autoridades sanitárias francesas, que foram bem descritas por Irène Frachon no seu livro "Mediator 150 mg, sous-titre censuré". disfuncionamentos que também são observados na Europa e no resto do mundo.




Este caso confirma a necessidade urgente de reforçar a avaliação dos medicamentos antes de serem colocados no mercado, de uma maneira independente dos laboratórios farmacêuticos; de reforçar as leis europeias para que os novos medicamentos sejam obrigados a demonstrar um interesse terapêutico real em relação aos medicamentos de refrência; de tornar as agências sanitárias independentes dos laboratórios farmacêuticos, seja financeiramente ou em termos de avaliação, demasiadas vezes influenciadas por conflitos de interesse com esses laboratórios.




Temos de reforçar consideravelmente a farmacovigilância para que sejam investigados e analisados mais activamente os efeitos secundários; tornar as decisões de retirada do mercados mais rápidas, fundadas numa avaliação médica de benefício/risco e não sobre um compromisso económico/benefício económico e industrial versus saúde dos doentes.




Nada disto é irrealista. Trata-se de uma simple aplicação, pelos médicos, as agências sanitárias, a indústria farmacêutica, sem esquecer os responsáveis políticos, de um princípio ético básico da medicina desde de Hipócrates: antes de tudo não prejudicar.






segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Wikileaks: o angolano, o amigo português, o ex-general russo e o bloco de urânio...

(Pastilha de urânio, neste caso pastilhas de óxido cerâmico que são carregadas no núcleo de um reator nuclear)



É sabido que após o desmembramento da ex-URSS o tráfico de urânio tornou-se uma realidade muitas vezes associado às máfias locais.

Mas a última revelação da Wikileaks, de hoje, mais parece um filme policial de um péssimo realizador ou um filme cómico.


As revelações:


O jornal Público revela documentos secretos divulgados pela Wikileaks de Julho de 2008, provenientes da embaixada americana em Lisboa, relatava que um informador que se tinha deslocado ao local tinha contado uma história sobre um general russo reformado que teria um bloco de urânio para vender, mostrando uma fotografia da mercadoria. No telegrama comentava-se que "o visitante declarou que não estava a tomar medicação nem consultou nenhum especialista em saúde mental".

O visitante, de nacionalidade angolana, descreve desta vez a agência Lusa citando o telegrama, “declarou que tinha sido abordado há dois meses atrás por um sócio a tempo parcial chamado Orlando para ajudar a vender ‘placas de urânio’ de um ex-general russo a viver em Portugal. Orlando estava a trabalhar através de um ‘velho’ juiz a viver perto do Porto.”



http://www.publico.pt/Mundo/wikileaks-denuncia-de-tentativa-de-venda-de-uranio-em-portugal_1471807



Por seu lado, o Diário de Notícias escrevia: "a única prova que apresentou foi uma fotocópia a cores de uma fotografia, do que parecia ser um tijolo cinzento metálico colocado sobre a primeira página do jornal português Jornal de Notícias".
Na fotocópia estavam também escritas, à mão, as medidas de um rectângulo (21 centímetros de altura do lado esquerdo, 25 centímetros de altura do lado direito, 48 centímetros de largura na parte de cima, 51 centímetros de largura na parte de baixo e 31 centímetros de largura). O peso total era de 25,35 quilogramas.



http://dn.sapo.pt/inicio/portugal/interior.aspx?content_id=1739227




O filme:

Enredo:

Este filme é de morrer a rir: um visitante angolano, que tem um sócio ("a tempo parcial"!) português chamado Orlando, que trabalha para um juiz do Porto, teria de ajudar um ex-general russo a vender um bloco de urânio. E como se isso não bastasse, o angolano não contactou a seu embaixada ou as autoridades portuguesas, não, a primeira coisa que se lembrou foi de contactar a embaixada americana em Lisboa. Lógico não?

Personagens:

Portanto, temos: o angolano, o seu amigo português, o juiz, o ex-general russo. Temos que reconhecer que era difícil encontrar um elenco mais atípico. No meio disto tudo encontra-se um bloco de urânio, que acreditam ser proveniente de nada mais nada menos do que de Chernobyl, a passear por Lisboa.

Fotografia:

Para completar este filme absurdo, temo a fotografia de uma espécie de tijolo cinzento em cima ... de um jornal, com as medidas escritas à mão e o prático e facilmente transportável peso de 25,35 kg.

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

O estranho Caso de Bob Boyce




Esta é a história de um investigador, Bob Boyce, no qual foram colocados, sem que o soubesse, dois chips no ombro.
Ficção científica? Não, realidade cada vez menos distante.



Era uma vez, um investigador e um chip...


Bob Boyce estava a trabalhar no seu laboratório de pesquisa electrónica, na Florida, quando reparou que tinha um pequeno alto por baixo da pele no ombro direito. Não ligou e continuou a trabalhar.

Passado algum tempo, a pele à volta desse alto tornou-se vermelha e dolorosa. Alguns meses depois quando utilizava um aparelho para medir frequências electromagnéticas, deu-se conta que esse aparelho registava a recepção de um sinal fraco, apesar de todos os outros aparelhos na sala estarem desligados. Intrigado conseguiu localizar a fonte da emissão desse sinal, tratava-se do seu ombro direito.

Pouco tempo depois, foi consultar o seu médico, por causa do seu ombro que tinha piorado, tendo a lesão aumentado de volume. Este disse-lhe tratar-se provavelmente de um cancro da pele. Foi decidida a cirurgia.

Ao retirar o tumor, reparou que no meio do tecido fibroso encontrava-se um corpo estranho um pouco maior de que um bago de arroz. Rob Boyce reconheceu tratar-se de um chip. No entanto, o médico convenceu-o a mandar os tecidos extraídos assim como o objecto para análise.

(Lesão tumoral e o chip extraido e fotografado pelo próprio Rob Boyce)


Uns dias mais tarde, o relatório de anatomia patológica confirmava que a lesão era cancerígena, mas não se referia a qualquer corpo estranho. Quanto ao cancro tratava-se daqueles que se verificam quando existe uma exposição prolongada aos Rx, como acontecia frequentemente com os técnicos de radiologia.

Passado uns meses, mesmo cenário. No seu laboratório, repara que o seu ombro direito emite novamente um sinal electromagnético. Contacta um amigo que possui um leitor de microchips RFID e constata que este envia um sinal com um número de identificação válido, fabricado pela empresa VeriChip, mas que este número não pode ser identificado nos registos existentes por ser tido como secreto. Este facto revela que a sua instalação seria ou governamental ou militar.

(A empresa VeriChip tem um registo da produção e aplicação de todos os seu chips, os registos das aplicações militares não podem ser consultados por serem secretos)

Voltou ao médico, que após uma simples radiografia pode constatar a presença de um corpo estranho da mesma dimensão que o primeiro, agora implantado numa região mais profunda do ombro direito.

(Na radiografia fornecida pelo médico e colocada online por Rob Boyce, podemos ver o chip na região superior do ombro direito)

Este chip foi extraído e, como já foi dito, impossível de identificar a proveniência da sua aplicação. Entretanto o cancro de Rob Boyce tinha metastizado e este encontra-se em estadio terminal.



Investigações incómodas...


Rob Boyce trabalha num projecto de "células hidróxido" que permitiria poupar cerca de 25% do consumo de carburante nos automóveis. O seu projecto foi em parte copiado por Potchen, CEO da empresa The Cell Inc., mas este com um rendimento muito inferior ao do Bob Boyce.

Um dos primeiros desnvolvimentos deste investigador foram circuitos electrolíticos que ele próprio testou no carro eléctrico de brincar da sua filha. Esta usa o carro durante o dia, graças à sua bateria que se auto carrega durante a noite. Este sistema permitiu que este processo se repetisse durante 35 dias. Muitos dos seus trabalhos foram baseados em aplicações das teorias de Tesla.



Epílogo...


Esta história tem todos os condimentos de espionagem industrial. Mas várias questões se levantam.

Como e quando foram colocados os chips no ombro de Rob Boyce?

Este diz ter-se sentido muito cansado e terá dormido alguns minutos após ter ingerido uma bebida numa reunião em que estavam presentes várias pessoas, algumas representantes da The Cell Inc. . A colocação de um chip demora pouco minutos.

Quem colocou os chips no ombro de Rob Boyce?

Potchem com quem Boyce tem um processo em tribunal por plágio, parece ser uma hipótese.

Qual o objectivo da colocação destes chips?

As investigações de Rob Boyce não eram consensuais. O lobby da indústria petrolífera viam nessas descobertas perdas potenciais na venda de petróleo.

Quem vigiava Rob Boyce?

Tudo indica que ele era vigiado ao mais alto nível, dado que a identificação do VeriChip encontra-se numa lista secreta militar ou governamental.


Qualquer que seja os motivos, este episódio não deixa de ser assustador. Até agora, muita gente só conhecia estas práticas nos filmes de ficção científica. Mas trata-se de um facto bem real.

De salientar que vários estudos já apontavam para que as ondas electromagnéticas dos chips pudessem produzir cancro, o que mais uma vez se demonstrou.

As populações mundiais andam a ser preparadas, desde há vários anos, para a aceitação de serem chipadas.

Primeiro foram os animais para uma possível localização futura em caso de desaparecimento, depois foram os carros, recentemente os recém nascidos em certas maternidades dos Estados Unidos para evitar os raptos, e algumas empresas já propõem chips para serem colocados nas crianças para estas poderem ser localizadas em caso de desaparecimento.

Não tarda, muito seremos todos nós a pedir a colocação de um chip no nosso corpo. Tudo isto para nos proteger. Tudo isto, claro, em nome da nossa segurança, mas com a perda progressiva da nossa liberdade. Onde é que eu já vi este filme?




sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Wikileaks: um projecto secreto da CIA?



Os reais objectivos de Wikileaks não são claros, o seu site é nebuloso, o seu fundador opaco.

Este tipo de divulgação de documentos ditos secretos não é transparente.


O fluxo de informação parece demasiado coordenado e orquestrado. Mais parece que estamos perante um projecto secreto, de manipulação mediática, fabricado ao mais alto nível.



Wikileaks: muitas dúvidas.



Quando visitamos o site da Wikileaks, o que mais espanta é a enorme quantidade de documentos. Ao longo da história algumas dezenas de documentos secretos foram divulgados ao público, mas nunca uma quantidade desta dimensão. Parece que subitamente resmas de ficheiros secretos da CIA foram postas à disposição de uma única organização.

Outro facto estranho, é que no site da Wikileaks apesar de centenas de milhares de documentos, estes estão classificados por categorias e permitem a consulta precisa de qualquer documento por tema. Os próprios fundadores revelam que não conhecem o conteúdo de muitos dos documentos, dado o enorme volume de dados. Não deixa de ser curioso este trabalho gigantesco de classificação que deve ter sido obra de uma grande coordenação, não sendo o resultado de qualquer grupo amador.

Tanta informação de tantos centros diplomáticos em simultâneo faz pensar que, ou todos os seus sistemas são permeáveis, o que não deixa de ser estranho, ou que estas informações foram disponibilizadas ao mais alto nível.

Como é que de repente, aparecem tantos documentos secretos?

Porque é que estes documentos são publicados em simultâneo e não ao longo do tempo?

Porque é que não existe uma única referência a Israel, país com uma grande cumplicidade com os Estados Unidos?

Porque é que os jornais escolhidos pela Wikileaks são os controlados pelos grupos financeiros americanos?

Wikileaks é um site nebuloso e o seu fundador, Julian Assange, uma personagem ainda mais nebulosa que não gosta de falar do seu passado. E justamente o passado de Julian Assange tem factos curiosos. Um deles prende-se com o episódio em que apenas saído da adolescência, já ter sido acusado de ter penetrado nos ficheiros secretos do Pentágono. Será credível que um hacker deste calibre não fosse vigiado de perto pela CIA e tenha conseguido criar um site e recolher documentos secretos sem o conhecimento e a intervenção desses serviços secretos.

O princípio do fim da liberdade na internet?

Os Estados Unidos garantem que os documentos revelados põem em perigo a segurança mundial, como se eles fossem os garantes dessa segurança, quando são os próprios através das suas guerras que destabilizam o xadrez politico mundial.

A mensagem que querem fazer passar para a opinião pública é que a livre informação, que a internet ainda representa é perigosa, logo tem de ser controlada. Não tardará muito que a liberdade de opinião na internet seja enquadrada legalmente em nome da segurança, tal como as liberdades individuais estão a ser limitadas em nome do terrorismo.




quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Wikileaks: informação ou intoxicação?





O site Wikileaks reúne e divulga informações confidenciais vindas de pessoas que trabalham para o governo americano.

Este site, fundado em 2006, goza actualmente de uma enorme campanha de divulgação após a revelação, a vários jornais, de informações sensíveis sobre o conflito no Afeganistão.



O que nos revela “Wikileaks”?



A fuga de 91.000 páginas vindas directamente do governo e do estado maior americano, que nos ensina que a guerra é mau, que civis inocentes foram mortos e que os Estados Unidos realizam operações militares secretas para matar líderes inimigos.

O arquivo mais famosos é um vídeo onde jornalistas da Reuters e crianças, entre outros, foram abatidos por soldados americanos de um helicóptero.

Mais interessante, os documentos revelam informações sobre a guerra no Afeganistão e sobre os serviços secretos paquistaneses, a ISI, que secretamente apoiam os Talibãs. De acordo com o Times: “Os documentos sugerem que o Paquistão, aliado de os E.U.A permitem que seus oficiais de espionagem organizem reuniões com os talibãs para estabelecer uma estratégia afim de organizar redes de activistas para lutar contra os soldados americanos no Afeganistão, e até mesmo executar planos para assassinar dirigentes afegãos.”

Há alguns meses atrás, líamos que os E.U.A financiam os Talibãs, Wikileaks diz o oposto. Perturbador.


Denúncia ?


Para quê divulgar “fugas” que apenas servem os interesses americanos, fornecendo argumentos que podem ser usados pelo governo dos E.U.A para estender suas guerras actuais, fugas que não contem qualquer revelação constrangedora. Nenhum alto escalão dentro do estabelecimento americano está seriamente comprometido por essas “fugas”.

Por que não há revelações sobre o sentimento de traição sentida por muitos soldados e oficiais que sabem que a guerra no Afeganistão não tem nada a ver com proteger os E.U.A ou a Inglaterra?

Wikileaks ficou conhecido com este vídeo onde vemos pessoas inocentes mortas por tropas da coalizão. Muito mau … constrangedor … Mas isto não nos diz nada de novo…


O que pensa o fundador de Wikileaks sobre os eventos do 11 de Setembro de 2001?


O fundador da Wikileaks, Julian Assange, está incomodado com a verdade sobre o 11 de Setembro, como ele diz no jornal Belfast Telegraph:

Acerca do 11 de Setembro ? “Sinto-me constantemente irritado por essas pessoas que se distraem com falsas conspirações como os eventos de 11 de Setembro, enquanto que nos fornecemos provas de reiais conspirações, sobre a guerra ou a fraude financeira maciça.”

E sobre as conferências Bilderberg ? “É mais ou menos conspiratório. Nós publicamos as respectivas notas de reunião. “

Ele fala como Chomsky sobre Israel: “A América é o problema, não os banksters internacionais que a possuem ou o lobby sionista que a controla …”

Esta técnica é chamada de “contra-fogo” (fogo posto na frente de um incêndio para impedir a propagação) é uma estratégia para antecipar e assumir a contestação para desactivar o protesto real. É usar a verdade para servir a mentira. Esta é a dialéctica hegeliana da acção-reacção-solução. Muitas boas pessoas são levadas por caminhos errados quando elas acreditam e seguem essas pessoas.

Se Julian Dessange embaraçasse o governo E.U.A, ao tempo que ele seria acusado de “alta traição” por divulgar informações que comprometem a segurança do Estado e militar. Ou apenas estaria a seis metros debaixo da terra, o governo E.U.A não sendo conhecido por sua delicadeza para com aqueles que tentam realmente colocar-lhes paus nas rodas.


Suspeito:


Como é que as informações de Wikileaks foram divulgadas pelas manchetes da imprensa internacional ? No passado, eles nunca divulgaram elementos que contestasse a versão oficial sobre os acontecimentos do 11 de Setembro, no entanto, muitos documentos, testemunhas e peritos existem, basta consulta-los. Nenhum título denunciou a falsidade das acusações americanas sobre as armas de destruição maciça, pretexto para uma intervenção militar no Iraque.

Nenhum título deu voz aos economistas que previram o crash da bolsa e a entrada na crise em 2008. E nós deveríamos nos alegrar por eles anunciarem em uníssono que têm em sua posse documentos que permitirão ao público entender o lado negro do conflito no Afeganistão?


Com base nestas revelações, o que podemos pensar de Wikileaks?


É um contra-fogo, ele entrou na estratégia de desinformação do governo E.U.A.

Não denuncia nada que já não se saiba ou que tenha real importância.

Prepara o terreno para uma possível invasão americana no Paquistão ou outras operações em curso.

Veja no site da BBC, Wikileaks “revela” que Bin Laden foi localizado no Paquistão:

“Em agosto de 2006, um relatório de inteligência E.U.A localizou bin Laden numa conferência em Quetta, na fronteira com o Paquistão. É relatado que ele e outros, como o bem conhecido Mullah Omar, estão a organizar ataques suicidas no Afeganistão.”

Então, afinal o diabólico Osama bin Laden não está morto, como pensa a maioria das pessoas que seguem a actualidade,… ele está vivo, de boa saúde e lidera a Al Qaeda e/ou talvez os talibãs para cometer ataques suicidas contras os americanos e seus aliados.

Ok, bem, agora com o Wikileaks, estamos muito bem informados …

Nikopol para AuLapinBlanc.Blogspot.com
Tradução ProvaFinal
.

terça-feira, 30 de novembro de 2010

Wikileaks, a fraude ?





As revelações do site Wikileaks estão nas bocas do mundo.Quais são os reais objectivos de Wikileaks? Quem beneficia com essas revelações? Quem fornece esta avalanche de informações tidas como secretas? Quem é Julian Assange? Como é que os serviços secretos americanos o deixam movimentar-se e depois desconhecem o seu paradeiro?


A ideia de confiar documentos secretos, vindos não se sabe bem de onde, a um "guru" mediático, é por si só preocupante.




Revelações secundárias.



Analisemos algumas das revelações "bombásticas" de Wikileaks.

Primeiro temos os documentos secretos de operações militares no Afeganistão. Pois bem, nada de muito radical que já não soubéssemos. Não se trata aqui de revelações, mas sim de confirmações.


Depois temos o jogo complexo e ambíguo do Paquistão e da sua chefia através dos seus serviços secretos? Não podemos propriamente falar de uma descoberta.


Temos também a "revelação" da existência da morte de civis inocentes por "efeito colateral"? Nada que não soubéssemos ou que altere a nossa visão da guerra.


Até agora todas estas "revelações" não tiveram grande impacto nos Estados Unidos e em qualquer outro lugar do mundo em termos puramente políticos ou estratégicos. Um pequeno sobressalto emocional na altura da sua divulgação e depois passamos a outra revelação. A opinião pública aceita bem os "efeitos colaterais" das guerras, sobretudo quando as vítimas são muçulmanas.



Revelações que legitimam as guerras.


Para legitimar as suas guerras perante a opinião pública, os Estados Unidos têm de as tornar aceitáveis, necessárias, quase santas. São então apelidadas de: guerra fria, guerra contra o comunismo, guerra pela liberdade, guerra contra o terrorismo, guerra contra o eixo do mal, guerra cirúrgica, guerra preventiva,... Parece quase que os seus soldados partem para a guerra como se partissem de férias.


A finalidade de Wikileaks será de fazer aceitar as guerras americanas como guerras sangrentas como sempre foram ao longo da história. Explicando melhor, as suas revelações tornam as guerras sangrenta mas estas aparecem na sua forma mais depurada: os arquivos mostram a guerra tal como ela é , mas com o distanciamento informático. Wikileaks encontra-se assim ligada à máquina de propaganda americana.


Funciona como um contrapoder necessário para dar credibilidade ao poder. Sim, as guerras são sangrentas, sim muitos erros são cometidos, como sempre foram ao longo da história, mas no fundo elas são necessárias. As guerras dos Estados Unidos são assim reveladas com os seus defeitos, por um organismo "independente" e "ético" (Wikileaks) que no fundo as legitima e as desculpa, sem nunca as por en questão.



A divulgação de documentos ditos secretos repletos de pequenas mentiras diplomáticas e de pequenos "incidente" militares, aos olhos do público têm por efeito que países como os Estados Unidos sejam desculpabilizados ao "esquecerem-se" de divulgar certos pormenores das suas actuações, mas no fundo, não revelam que não mentem no essencial. Mostram esses governos como sendo menos dissimuladores, menos conspiracionista e menos mentirosos do que muitas vezes se pensa.


Revelações de "revista cor-de-rosa".


As informações divulgadas são de menor importância e apenas beliscam os atingidos. Trata-se muitas vezes de verdadeiros "mexericos" dignos de qualquer revista cor-de-rosa: Sarkozy é um palhaço, Chávez é louco, Berlusconi é vaidoso, Putin é machista, Khadafi é hipocondríaco,... Estes documentos que se evaporam misteriosamente dos seus cofres secretos não passam de informações secundárias. Estas revelações parecem ser fabricadas para serem divulgadas, as revelações verdadeiramente importantes não aparecem. Este é um clássico e tipico método de propaganda e de desinformação.


A CIA não tem qualquer problema em divulgar este tipo de informação. Pelo contrário permite credibilizar o Wikileaks para o poder utilizar quando chegar a altura. Os órgãos de informação habituais perderam recentemente muita da sua credibilidade aos olhos do público. Muitas gente já começou, e muito acertadamente, a desconfiar do que vêm na televisão ou lêm nos jornais. Em contrapartida vêm na internet um último reduto de liberdade de expressão. A internet é agora um órgão cada vez mais credível utilizado por muita gente que procura pontos de vista alternativos aos grandes media, e isso claro, não passou despercebido aos serviços secretos americanos para poder ser usado para atingir os seus fins.


Revelações oportunas.



Pouco a pouco o Wikileaks está-se a tornar num instrumento capaz de criar conflitos e suspeitas entre as várias nações. Um caso recente é divulgação de documentos referentes a vários estados do médio oriente onde revelem que esses países estão contra o Irão, que o consideram perigoso e nos quais o rei Abdullah Al-Saud da Arábia Saudita terá pedido aos Estados Unidos, falando de Ahmadinejad, que "cortassem a cabeça da serpente".

As revelações sobre a China também são muito oportunas para os interesse americanos. Pequim é acusado de fornecer mísseis à Coreia do Norte, e de ter estado por trás de ataques cibernéticos em vários sites americanos.



Julian Assange, o justiceiro?

Quem é Julian Assange representante de Wikileaks? É uma personagem difícil de definir.

Em Outubro de 2010 recebe o apoio de Daniel Ellsberg membro do CFR (Council of Foreign Relation) criado por David Rockefeller.

Julian Assange, o "inimigo" do sistema, recebe o "Index on Censorship Award 2008" do The Economist. Este homem que faz tremer os USA também recebe um prémio do The Economist que pertence ao Economist Group cujo um dos directores é Lynn Forester Rothschild, e o editor é Micklethwait membro do grupo Bilderberg.

É eleito a personagem do ano 2010 pelo Times. Também foi nomeado uma das 25 pessoas que mudaram o mundo pelo Utne Reader, revista criada por Eric Utne e Nina Rothschild Utne.


Em 2007, John Young, fundador do site cryptome.org, deixa wikileaks por dizer ser uma montagem da CIA.


Então, para resumir, temos um homem, Julian Assange, que denuncia os maus da fita, os americanos, e que diz que a sua vida está em perigo, mas recebe prémio dos que detêm o verdadeiro poder: Bilderberg, CFR, Trilateral Comision. Em geral os que representam um perigo real para estas organizações sabem muito bem tratar do assunto como deve ser, vejam o caso Kennedy.

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segunda-feira, 29 de novembro de 2010

As dez estratégias de manipulação mediática




1- A ESTRATÉGIA DA DISTRACÇÃO.


O elemento primordial do controle social é a estratégia da distracção que consiste em desviar a atenção do público dos problemas importantes e das mudanças decididas pelas elites políticas e económicas, mediante a técnica do dilúvio ou inundações de contínuas distracções e de informações insignificantes.
A estratégia da distracção é igualmente indispensável para impedir o povo de interessar-se pelos conhecimentos essenciais, na área das ciências, da economia, da psicologia, da neurobiologia e da cibernética. "Manter a atenção do público distraída, longe dos verdadeiros problemas sociais, cativada por temas sem importância real. Manter o público ocupado, ocupado, ocupado, sem nenhum tempo para pensar; de volta à quinta como os outros animais (citação do texto 'Armas silenciosas para guerras tranquilas')".


2- CRIAR PROBLEMAS, DEPOIS OFERECER SOLUÇÕES.


Este método também é chamado "problema-reacção-solução". Cria-se um problema, uma "situação" prevista para causar certa reacção no público, a fim de que este tenha a percepção que participou nas medidas que se deseja fazer aceitar. Por exemplo: deixar que se desenvolva ou se intensifique a violência urbana, ou organizar atentados sangrentos, a fim de que o público exija novas leis de segurança e políticas em prejuízo da liberdade. Ou ainda: criar uma crise económica para fazer aceitar como um mal necessário o retrocesso dos direitos sociais e o desmantelamento dos serviços públicos.


3- A ESTRATÉGIA DA GRADAÇÃO.


Para fazer com que se aceite uma medida inaceitável, basta aplicá-la gradualmente, a conta-gotas, durante anos consecutivos. É dessa maneira que condições socioeconómicas radicalmente novas (neoliberalismo) foram impostas durante as décadas de 1980 e 1990: Estado mínimo, privatizações, precariedade, flexibilidade, desemprego em massa, salários baixíssimos, tantas mudanças que teriam provocado uma revolução se tivessem sido aplicadas de uma só vez.


4- A ESTRATÉGIA DO DEFERIDO.


Outra maneira de se fazer aceitar uma decisão impopular é a de apresentá-la como sendo "dolorosa e necessária", obtendo a aceitação pública, no momento, para uma aplicação futura. É mais fácil aceitar um sacrifício futuro do que um sacrifício imediato. Primeiro, porque o esforço não é aplicado imediatamente. Segundo, porque o público - a massa - tem sempre a tendência a esperar ingenuamente que "tudo irá melhorar amanhã" e que o sacrifício exigido poderá vir a ser evitado. Isto dá mais tempo ao público para acostumar-se à ideia da mudança e de aceitá-la com resignação quando chegar o momento.



5- DIRIGIR-SE AO PÚBLICO COMO SE DE CRIANÇAS SE TRATASSEM.


A maioria da publicidade dirigida ao grande público utiliza discurso, argumentos, personagens e entoação particularmente infantis, muitas vezes próximos da debilidade mental, como se cada espectador fosse uma criança de idade reduzida ou um deficiente mental. Quanto mais se pretende enganar ao espectador, mais se tende a adoptar um tom infantilizante. Porquê? "Se você se dirigir a uma pessoa como se ela tivesse 12 anos ou menos, então, em razão da sugestionabilidade, ela tenderá, com certa probabilidade, a dar uma resposta ou reacção também desprovida de um sentido crítico como a de uma pessoa de 12 anos ou menos de idade (ver "Armas silenciosas para guerras tranquilas")".


6- UTILIZAR MUITO MAIS O ASPECTO EMOCIONAL DO QUE A REFLEXÃO.


Fazer uso do discurso emocional é uma técnica clássica para causar um curto circuito na análise racional, e pôr fim ao sentido critico dos indivíduos. Além do mais, a utilização do registo emocional permite abrir a porta de acesso ao inconsciente para incutir ideias, desejos, medos e temores, compulsões, ou induzir comportamentos...



7- MANTER O PÚBLICO NA IGNORÂNCIA E NA MEDIOCRIDADE.


Fazer com que o público seja incapaz de compreender as tecnologias e os métodos utilizados para o seu controle e escravidão. "A qualidade da educação dada às classes sociais inferiores deve ser a mais pobre e medíocre possível, de forma que a distância da ignorância que paira entre as classes inferiores e as classes sociais superiores seja e permaneça impossível de eliminar (ver 'Armas silenciosas para guerras tranquilas')".



8- ESTIMULAR O PÚBLICO A SER COMPLACENTE NA MEDIOCRIDADE.


Promover no público a ideia de que é moda o facto de se ser estúpido, vulgar e inculto...


9- REFORÇAR A REVOLTA PELA AUTOCULPABILIDADE.


Fazer o indivíduo acreditar que é somente ele o culpado pela sua própria desgraça, por causa da insuficiência da sua inteligência, de suas capacidades, ou do seu esforço. Assim, ao invés de revoltar-se contra o sistema económico, o indivíduo autocritica-se e culpabiliza-se, o que gera um estado depressivo, do qual um dos seus efeitosmais comuns, é a inibição da acção. E, sem acção, não há revolução!


10- CONHECER MELHOR OS INDIVÍDUOS DO QUE ELES MESMOS SE CONHECEM.


No decorrer dos últimos 50 anos, os avanços acelerados da ciência têm gerado um crescente afastamento entre os conhecimentos do público e os possuídos e utilizados pelas elites dominantes. Graças à biologia, à neurobiologia e à psicologia aplicada, o "sistema" tem desfrutado de um conhecimento avançado do ser humano, tanto física como psicologicamente. O sistema tem conseguido conhecer melhor o indivíduo comum do que ele mesmo conhece a si mesmo. Isto significa que, na maioria dos casos, o sistema exerce um controle maior e um grande poder sobre os indivíduos do que os indivíduos sobre si próprios.

Texto de Noam Chomsky.

Avram Noam Chomsky, nasceu em Filadélfia, é linguista, filósofo e activista político de esquerda e grande critico da política externa dos Estados Unidos. Vê o terrorismo de Estado como o problema dominante. Também tem criticado a ex-URSS e a China. Acredita que a guerra fria foi teve como principal objectivo a preservação ideooógica e económica dos USA. Tem sido muito critico em relação aos meios de comunicação social que dependentes dos grandes grupos financeiros.


Noam Chomsky e Edwrad Herman pensam que a distorção sistemática das notícias pelos meios de comunicação social advem da existência de cinco filtros: o facto da propriedade dos meios estar nas mãos das grandes empresas, o facto do financiamento ser proveniente das notícias que produzem publicidade, o facto das notícias serem provenientes das grandes empresas e dos governos, o facto de da pressão sobre as linhas editoriais serem dependentes dos donos dos meios de comunicação e finalmente, o facto de dos conceitos noticiosos estarem dependentes das normas da profissão jornalistica.


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quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Saara Ocidental: o conflito que ninguém quer resolver?


O conflito no Saara Ocidental voltou à ordem do dia. Marrocos reivindica direitos históricos, a Frente Polisario apoiada pela Argélia afirma representar a maioria do povo sarauí que quer a independência Os países ocidentais jogam com os dois lados.


Quais são as causas do conflito? O que é que está realmente em jogo?




Historicamente o Saara Ocidental é um território marroquino.



É absurdo falar do conflito do Saara Ocidental sem conhecer um pouco da história dessa região. Podíamos resumir essa história dizendo que os colonizadores espanhóis chegaram ao Saara em 1476, mais tarde, com a "marcha verde", Marrocos conquista os territórios sarauís em 1975 que os espanhóis abandonaram.


Entretanto, em 1973 foi criado a frente Polisario. Inicialmente criada para lutar contra o ocupante espanhol, não era especialmente dirigida contra Marrocos e a possibilidade de uma autonomia alargada era real para o Saara Ocidental. Após a retirada espanhola, o movimento endureceu-se e preconiza a independência por autodeterminação do seu povo.


Antes de ir mais longe quanto às revindicações territoriais marroquinas, é de toda a justiça assinalar que após os Idríssidas terem desenhado as bases das actuais fronteiras marroquinas, foram os Almoravides, de 1059 a 1147, que lhe deram o nome tendo como capital Marraquexe. Já nessa época, o seu vasto território incluía o Saara Ocidental, a actual Mauritânia, uma parte do oeste da Argélia e o sul da Península Ibérica. Assim durante muitos anos, e até há poucas décadas, o Saara Ocidental sempre fez parte efectiva de Marrocos.




As origens da Frente Polisario.



A Frente Polisario (Frente Pela Libertação da Saguia el Hamra e Rio de Oro), como já vimos foi inicialmente criada para libertar o Saara Ocidental da ocupação espanhola. Este movimento armado tornou-se independentista e anti-marroquino após os acordos de Madrid de 14 de Novembro de 1975 entre a Espanha, Marrocos e a Mauritânia. Nessa altura os sarauís não foram chamados a fazer parte das negociações tendo ficado o sentimento de serem simples "objectos" no xadrez político. Foi então que a Argélia soube tirar partido desse descontentamento para fomentar a sua hostilidade contra Marrocos.

Após vários conflitos armados, a frente Polisario instala-se na Argélia com vários refugiados. Um cessar-fogo foi conseguido em 1991 entre a frente Polisario e Marrocos. Entretanto, entre 1980 e 1987, Marrocos já tinha erguido um muro de 2720 km que inclui praticamente todo o território do Saara Ocidental exceptuando uma pequena faixa a leste. Ao longo dessa cintura de segurança encontram-se 160 000 militares marroquinos para defender o território. A Argélia forneceu armamento à frente Polisario até pelo menos 1991. Actualmente, fornece o seu apoio financeiro e sobretudo diplomático. Veremos mais adiante quais os reais interesse da Argélia neste conflito.



Trinta anos de campos de refugiados.



A vida nos campos de refugiados de Tindouf é miserável. A ajuda humanitária é sistematicamente desviada do povo sarauí que a devia receber para alimentar uma enorme rede de mercado negro. Recentemente, ajuda foi reduzida por se ter chegado à conclusão, que pelas imagens de satélite obtidas, o número de refugiados era apenas de cerca de 90 000 pessoas e não de 165 000 como o fazia crer a Frente Polisario.


Esse número inflacionado da população tinha dois objectivos: uma maior ajuda humanitária e um maior número de votantes em caso de eleições com vista à autodeterminação do povo sarauí. Esta última questão é fundamental. Com efeito, depois destes anos todos, ainda não se sabe qual o número exacto de refugiados. A Polisario e a Argélia recusam qualquer recenseamento. Nestas condições, como realizar uma qualquer eleição credível?


Sistematicamente ignorado na comunicação social ocidental, existe um movimente unionista sarauí. São eles controlam as câmaras no Saara Ocidental ocupado pelos marroquinos, tendo igualmente representantes em ambos os órgãos parlamentares de Rabat. Estes preconizam um projecto de autonomia alargada numa união com Marrocos.




Crimes marroquinos: nem tudo o que parece é.


No meio deste conflito complexo, surgem nos media, todos os meses, notícias de ataques marroquinos a acampamentos sarauís. Muitas destas notícias vêm da imprensa espanhola alinhada com a frente Polisario.

No dia 8 do mês passado, foi o caso do acampamento de Gdaim Izik. Marrocos declarou a morte de 11 dos seus soldados e de 2 civis sarauís, enquanto a Frente Polisario afirmava que teriam morrido 19 sarauís e que teria havido 159 desaparecidos. Para além dos números, os principais jornais espanhóis, El País, El Mundo, La Razón, La Vanguarda, publicavam a fotografia de uma criança ferida.

Essa fotografia, sobretudo por ser de uma criança, chocou a opinião pública. O problema é que o fotógrafo da agência Reuters, Ibraheem Abu Mustafa, reconheceu nesses jornais a fotografia que era sua e que tinha sido tirada no dia 21 de Junho de 2006 na faixa de Gaza quando um míssil israelita foi disparado sobre esse território palestiniano. O jornal El País pediu posteriormente desculpa pelo engano, mas o mal já estava feito e a fotografia já circulava nos meios de comunicação.

No dia 13 deste mês, a televisão Antena 3 tinha difundido uma fotografia de cadáveres amontoados atribuída aos acontecimentos de Laayoune. Na realidade tratava-se de uma fotografia tirada no dia 26 de Janeiro de 2010 durante o atentado suicida de Sidi Moumen em Casablanca.
Engano ou manipulação?


Uma teia de interesse económicos.



Quais os interesses de Marrocos?

Para já, reivindicar um território que historicamente lhe pertence. Depois, porque o Saara Ocidental possui as maiores minas de fosfato do mundo, sendo Marrocos o principal exportador mundial. O fosfato não serve só para fabricar fertilizantes, também serve para produzir urânio de alta qualidade.

Que quer a Argélia?

Além da rivalidade secular com Marrocos, esse território é uma das mais ricas zonas de pesca do mundo. Representa também um acesso à costa Atlântica, o que facilita as suas exportações, nomeadamente de gás natural.

Que querem os países ocidentais?

A Espanha apoia a Frente Polisario por razões históricas contra Marrocos, o rival que lhe fez frente. A França e os Estados Unidos apoiam Marrocos para evitar uma destabilização da região, mantendo contudo boas relações com a Argélia. Na realidade querem preservar a rica e vasta zona de pesca do Saara Ocidental, e alimentam os seus apetites nos recursos minério e o petróleo que aguarda ser explorado.
Finalmente ninguém está muito interessado em quebrar o status quo existente.


segunda-feira, 22 de novembro de 2010

NATO sim! Pacifistas não?




A polícia portuguesa não permitiu 35 activistas pacifistas da Finlándia atravessar a fronteira para entrar no país, na Terça-feira de manhã. Os pacifistas estavam a viajar para participar em acções não violentas contra a cimeira da NATO em Lisboa. A organizadora da viagem do autocarro finlandês era a União de Objectantes de Conciência (UOC's/ Aseistakieltäytyjäliitto), da Finlándia.


O Serviço de Estrangeiros e Fronteiras revelou que 11 pessoas foram detidas e 127 estrangeiros foram impedidos de entrar no país.


Seria interessante saber quais os fundamentos, invocados pelas forças de segurança, para impedir que pacifistas sejam impedidos de entrar legalmente no nosso país para participarem numa manisfestação.


A cimeira da NATO gerou, por parte de Portugal, um sistema de segurança inédito no país, mas não pode ser um motivo para este tipo de actuação. A informação de que existiriam elementos dos Black Blok em Portugal serve apenas como pretexto para justificar as tentativas de desmobilizar os movimentos de contestação.


Confundir acções de sensibilização e de desobediência civil com actos de vandalismo é ridículo. Cada um tem o direito de lutar por aquilo que acha certo na sua consciência e fazer algo por mudar o que o afecta a nossa sociedade e o mundo que nos rodeia.


A conclusão a que chegamos é que durante esta cimeira da NATO em Lisboa existe uma suspensão da democracia. O cidadão apenas tem o direito de confirmar, através do seu voto, as pessoas escolhidas em clubes restritos que os vão governar durante um punhado de anos. Quanto às organizações que nem sequer foram eleitas, como a NATO ou a Comissão Europeia, nem têm direito ao protesto.




A luta contra o terrorismo serve de pretesto para todas as limitações às liberdades individuais, mas os terroristas estavam dentro da cimeira não fora dela.



Cada vez mais o discurso da NATO é de manutençaõ da paz, mas não nos devemos esquecer que esta é uma organização militar que só tem trazido a guerra onde o capitalismo financeiro não consegue saquear os recursos de um país. Além da sua actuação belicosa externa, a NATO está-se a tornar também no "polícia Interno" dos povos.



O tratado de Lisboa incrementou a ligação entre a União Europeia e a NATO, e entre os politicos de ambas as organizações.




Esta reunião mais parecia um encontro de velhos amigos todos membros e eleitos pelo famoso clube, onde são tomadas as verdeiras decisões, o exclusivista e secreto clube de Bilderberg: Rasmussen, Durão Baroso, Hillary Clinton, Rompuy, Obama, Sarkozy, Merkel, Sócrates, Zapatero, Papandréou, Juncker, Cameron, Saakashvili,...

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Goldman Sachs: um dos tentáculos do polvo.





Nos últimos anos um nome surge com frequência no sistema financeiro internacional: Goldman Sachs. Entre escândalos e corrupção este banco de investimento nunca teve tantos lucros e influencia.



Bem-vindo ao submundo dos verdadeiros governantes mundiais.




Salários milionários.


Este ano o CEO da Goldman Sachs, Lloyd Blankfein, vai receber um prémio anual de apenas 9 milhões de dólares. Digo apenas, porque em 2008 esse prémio tinha sido de 68 milhões. De qualquer maneira, ele não está propriamente na miséria, só em títulos da Goldman Sachs tem uma fortuna calculada em cerca de 500 milhões de dólares.

O senhor Blankfein dirige o mais prestigiado banco de investimento de Wall Street e considerado o mais poderoso não só pela sua riqueza, mas também e sobretudo pela sua teia de influencia no mundo do poder.

Em 2008, o mundo descobre que um banco, até aqui desconhecido do grande público, o Lehman Brothers, podia por em perigo a economia mundial. Abandonado pela banca central americana, a sua falência dia 14 de Setembro de 2008 desencadeia a maior crise financeira da história.

Com a falência da Lehman Brothers sobra um banco dominante neste sector: o Goldman Sachs. Esta instituição poderosíssima está em todas! Crise grega? Goldman. Queda do euro? Goldman. Recusa de regulação dos mercados financeiros? Goldman. Eliminação do Lehman Brothers? Goldman. Venda de 44% das acções da BP 3 semans antes da catástrofe. Goldman.



Os tentáculos do poder:


A sua rede de influência está presente nos principais sectores financeiros, económicos e políticos.
Vejamos:

- Henry Paulson, número dois do Goldman Sachs (GS), tornou-se secretário do tesouro americano de George Bush;
- Robert Rubin, foi o patrão da GS depois de ter sido secretário do tesouro de Bill Cllinton;
- Donald Sutherland, antigo comissário europeu da concorrência, ex-presidente da Allied Irish Bank, do GATT (agora OMC), da BP, tornou-se presidente da Goldman Sachs Internacional;
- Mario Draghi, governador da banca italiana tornou vice presidente da GS Internacional;
- Mario Monti, ex-comissário da concorrência em Bruxelas, tornou-se conselheiro de negócios estrangeiros da GS;
- Otmar Issing, ex-director da Bundesbank, tornou-se conselheiro internacional da GS.


Goldman Sachs ao longo do tempo multiplicou as suas acções opacas e pouco éticas: tinha participações em empresas que aconselhavam a clientes como investimento, utiliza frequentemente a técnica bolsista de venda a descoberto, especula sobre as divisas, especula sobre as matérias primas,...
























Grécia: contribuição da GS num afundamento planeado.


O caso grego é paradigmático da actuação da GS ao ajudar este país a esconder a sua dívida para depois tirar benefícios do seu "investimento".
Entre 2001 e 2004, a Grécia vendia a sua dívida soberana no mercado emitindo obrigações em euros ou outra moeda aconselhada pela GS. Em 2009 perante uma dívida cada vez maior, aconselhada por Gary Cohn, o número dois da GS, a Grécia vai ser "ajudada" a sair da crise.

No fim de 2009, numa operação concertada, a agência de notação Fitch baixa o rating da Grécia. Pouco depois, no dia 27 de Janeiro de 2010, a Goldman Sachs faz correr o a informação falsa de que a China tinha recusado comprar 25 mil milhões de euros de emissão de dívida à Grécia. Apesar do desmentido grego oficial, foi o suficiente para aumentar a taxa de juro do dinheiro pedido. Goldman Sachs tinha um interesse particular nesta operação: ganhar mais-valias.

Pouco depois, a Grécia, pressionada pela União Europeia teve de substituir o seu responsável pela dívida pública Spyros Papanicolau por Petros Christodoulou. O que se esquecem de dizer é que, antes deste posto, Petros Christodoulou trabalhava para ... a Goldman Sachs.








Este excelente livro de Marc Roche (apenas em francês), revela um pouco deste banco ultrasecreto, um dos mais poderosos do mundo, infiltrado em todos os negócios fianceiros, de grande promiscuidade com a classe politica e interlocultor priviligiado das grandes organizações internacioanis e do FMI.













segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Irlanda: a continuação do plano da perda de soberania económica dos Estados Europeus.





Primeiro foi a Grécia, agora é a Irlanda, depois será Portugal e talvez a Itália e a Espanha.


Um após outro o que estamos a assistir é ao desmoronamento dos estados europeus mais fracos para dar lugar a um novo sistema económico comandado pelos grandes grupos financeiros com a cumplicidade dos governos dos países mais poderosos.




Chegou a vez da Irlanda...



32% do PIB! Este é o número astronómico do défice público irlandês que será atingido no final deste ano. A estimativa anterior era de "apenas" 11,6%. Paralelamente a sua dívida pública que era de 64% passará a 90% do PIB.


Como é que isto foi possível? Em grande parte para salvar o seu sistema financeiro. Só para salvar a Anglo Irish, nacionalizada em 2009 foram necessário 34 mil milhões de euros. Não deveria caber ao Banco Central Europeu (BCE) salvar os bancos europeus em vez dos estados? Não a Irlanda vai ter que se financiar junto dos bancos privados que lhes cobra uma taxa de 6% de juro quando estes se financiam junto do BCE com uma taxa inferior a 1%. O FMI também já espreita.


Quem vai pagar a crise mais uma vez será a população irlandesa. Uma nova estratégia de rigor vai ser necessária, a terceira em dois anos. A água até aqui distribuída gratuitamente vai passar a ser paga, os salários da função pública já cortados em 15% vão ter que sofrer um novo corte, cortes também nos subsídios de desemprego.




A planeada crise grega...



Antes da Irlanda tivemos a Grécia. No fim do ano passado, a agência de notação, Flitch Ratings, baixava a "nota" grega. Depois foi a vez da Deutsche Bank e da Goldman Sachs apostarem na baixa do preço das obrigações emitidas pelo estado grego. Por fim foi a venda massiva de euros e a compra de dólares. É este sistema financeiro internacional que controla os estados e promove as crises. No entanto, Marc Ledreit de Lacharrière, dono da Flitch Ratings dizia sem qualquer pudor: "a Grécia tem de ser ajudada". Os mesmos que iniciaram o seu afundamento.


Resumindo: o sistema financeiro dos países europeus mais poderosos, com a bênção dos respectivos governos, especulam sobre a falência da Grécia até que esta se torne critica. A seguir enviam os dirigentes políticos para "apagar o incêndio" que eles próprios acenderam, e por fim se a Grécia se encontra em situação de de não poder pagar, são eles que a socorrem...com os dinheiros públicos.





A reconfiguração da União Europeia já está em curso.



O jornal britânico "The Independent" revelou no principio deste ano alguns apontamento secretos de Herman van Rompuy, presidente do Conselho Europeu e eleito pelo clube Bilderberg: " o que precisamos é do mesmo mecanismo que impusemos à Grécia para vigiar e analisar a situação de certos países europeus. A ideia é de colocar todos as economias europeias sob vigilância. Podem esperar decisões importantes que irão ser tomadas em breve".


A Grécia foi o primeiro país europeu a ser colocado sob a tutela da União Europeia. A Irlanda agora, e depois Portugal, a Itália e a Espanha seguirão. Todos estes países têm uma coisa em comum: a recusa de um governo económico centralizado na Alemanha e na França como está a tentar por exemplo Herman van Rompuy. Para obrigar os países que ainda têm dúvidas, é necessário que a situação se degrade ainda mais.


Estamos a assistir neste momento às primeiras fases de uma reconfiguração total da União Europeia, com a perda da soberania económica dos países membros e a futura criação de um imposto europeu. O artigo 269 do Tratado de Lisboa assim o permite: " A União Europeia tem de dotar dos meios para atingir os seus objectivos e assim conseguir levara cabo as suas políticas. Neste quadro, é assim possível estabelecer novas categorias de recursos próprios ou suprimir categorias já existentes".








terça-feira, 9 de novembro de 2010

O antidepressivo Edronax (reboxetina) é tão eficaz como um placebo!



A reboxetina é um antidepressivo comercializado pelo laboratório Pfizer em Portugal e alguns países europeus com o nome de Edronax. Não está comercializado por exemplo em França e nos Estados Unidos.


Um estudo em que foram analisados os vários resultados clínicos não publicados pelo laboratório Pfizer, porque desfavoráveis, vem mais uma vez colocar à luz do dia a fraca confiança e a credibilidade que nos oferecem os estudos clínicos efectuados pelos próprios laboratórios farmacêuticos.





A revista British Medical Journal (BMJ) publicou no mês passado um artigo sobre vários ensaios clínicos que comparavam grupos de doentes que tomavam a reboxetina, outros um placebo (comprimido não contendo qualquer substância activa) e outro um antidepressivo SSRI (inibidor selectivo da recaptação de serotonina).


Estes estudos incluíram alguns estudos do próprio laboratório Pfizer que não tinham sido divulgados por não confirmarem os benefícios esperados da reboxetina. Observaram que 74% dos doentes desses estudos tinham sido omitidos e que informação publicada sobrevalorizava os benefícios e subestimava os efeitos secundários.


Em conclusão: a reboxetina (Edronax) não é mais eficaz do que um placebo e menos eficaz e com mais efeitos secundários do que a fluoxetina ou a paroxetina.


De qualquer maneira, quanto aos antidepressivo, estudos recentes mostram que este antidepressivos quaisquer que sejam têm resultados sobreponíveis ao do placebo.




http://www.bmj.com/content/341/bmj.c4737.abstract?papetoc

http://www.pharmacorama.com/ezine/20101029160520.php

http://www.mni.pt/pt/news/health-portal/antidepressivo-reboxetina-nao-e-melhor-que-um-placebo

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

NATO: custos portugueses de uma cimeira inútil



Portugal recebe nos dias 19 e 20 a cimeira da NATO. Esta reunião, nesta época de crise vai sair cara aos portugueses.


As grandes decisões geoestratégicas não se decidem nestas cimeiras, esta são apenas "show" visível das decisões que já foram tomadas em reuniões secretas anteriores e sobretudo, claro, restrictas.


Herdada da guerra fria e tida por muitos como responsável pela relativa estabilidade militar europeia actual, esta organização também é responsável pelos numerosos conflitos mundiais actuais e por intervenções que desrespeitam qualquer tratado internacional, como na antiga Jugoslávia.





Cinco milhões de euros em equipamento de segurança.




O Governo autorizou a PSP a gastar cinco milhões de euros na compra de equipamento e material de segurança para receber a cimeira da NATO em Novembro, este vai ser adquirido por ajuste directo. Porquê o ajuste directo? Pela urgência da aquisição. Mas então esta cimeira não estava já planeada desde há meses?


Parte desse equipamento é para bloquear telemóveis, escudos, capacetes, gás pimenta, gás lacrimogéneo e também barreiras para vedar toda a zona do Parque das Nações.


1,2 milhões serão para viaturas para as operações de manutenção de ordem pública.



O Director Nacional da PSP dizia esta semana: “Tenho esperança que as viaturas cheguem a tempo, mas em caso contrário, não há problema, porque, naturalmente, há outras soluções”. Esta a ser ponderada a utilização das viaturas da GNR que tem vinte blindados semelhantes, das quais 14 permanecem paradas nas suas garagens.


É que os veículos encomendados não devem chegara tempo, e mesmo que cheguem não haverá tempo para que o pessoal se adapte às novas viaturas nas condições desejáveis!


Recorde-se que a PSP justificou esta compra - que inclui, além dos carros antimotim, um canhão de água e equipamento de protecção pessoal para os agentes - como sendo material, cuja falta "era sentida há vários anos para o dia a dia" e que os blindados seriam para a segurança nos bairros de risco.


Existem grandes dúvidas de que os blindados sejam a melhor opção para entrar em bairros problemáticos e também sobre o restante material: faltam polícias na rua, os agentes têm de pagar a farda do próprio bolso, têm de usar os telemóveis pessoais para o trabalho, há carros-patrulha parados de tão velhos... e agora vêm dizer que é preciso gastar este dinheiro em blindados?




Mais uma tolerância de...ponto.



O Governo português deverá decretar tolerância de ponto em Lisboa a 19 de Novembro, o primeiro dia da Cimeira da Nato. O objectivo é facilitar a circulação na capital.


Uma estimativa das autoridades ligadas à organização da cimeira aponta para a presença em Lisboa de cerca de 7000 pessoas, entre as 29 delegações estrangeiras e jornalistas de todo o mundo.


É difícil contabilizar o que representa um dia de paragem laboral na capital e de todos os seus efeitos colaterais, mas serão seguramente de vários milhões de euros.

O Centro Comercial Vasco da Gama, por exemplo, deverá ficar com as entradas restringidas a duas portas de acesso e poderão ser instalados detectores de metais. No caso dos restaurantes, junto ao rio, o seu serviço ficará limitado aos participantes da cimeira.




http://tvnet.sapo.pt/noticias/detalhes.php?id=61763