terça-feira, 30 de novembro de 2010

Wikileaks, a fraude ?





As revelações do site Wikileaks estão nas bocas do mundo.Quais são os reais objectivos de Wikileaks? Quem beneficia com essas revelações? Quem fornece esta avalanche de informações tidas como secretas? Quem é Julian Assange? Como é que os serviços secretos americanos o deixam movimentar-se e depois desconhecem o seu paradeiro?


A ideia de confiar documentos secretos, vindos não se sabe bem de onde, a um "guru" mediático, é por si só preocupante.




Revelações secundárias.



Analisemos algumas das revelações "bombásticas" de Wikileaks.

Primeiro temos os documentos secretos de operações militares no Afeganistão. Pois bem, nada de muito radical que já não soubéssemos. Não se trata aqui de revelações, mas sim de confirmações.


Depois temos o jogo complexo e ambíguo do Paquistão e da sua chefia através dos seus serviços secretos? Não podemos propriamente falar de uma descoberta.


Temos também a "revelação" da existência da morte de civis inocentes por "efeito colateral"? Nada que não soubéssemos ou que altere a nossa visão da guerra.


Até agora todas estas "revelações" não tiveram grande impacto nos Estados Unidos e em qualquer outro lugar do mundo em termos puramente políticos ou estratégicos. Um pequeno sobressalto emocional na altura da sua divulgação e depois passamos a outra revelação. A opinião pública aceita bem os "efeitos colaterais" das guerras, sobretudo quando as vítimas são muçulmanas.



Revelações que legitimam as guerras.


Para legitimar as suas guerras perante a opinião pública, os Estados Unidos têm de as tornar aceitáveis, necessárias, quase santas. São então apelidadas de: guerra fria, guerra contra o comunismo, guerra pela liberdade, guerra contra o terrorismo, guerra contra o eixo do mal, guerra cirúrgica, guerra preventiva,... Parece quase que os seus soldados partem para a guerra como se partissem de férias.


A finalidade de Wikileaks será de fazer aceitar as guerras americanas como guerras sangrentas como sempre foram ao longo da história. Explicando melhor, as suas revelações tornam as guerras sangrenta mas estas aparecem na sua forma mais depurada: os arquivos mostram a guerra tal como ela é , mas com o distanciamento informático. Wikileaks encontra-se assim ligada à máquina de propaganda americana.


Funciona como um contrapoder necessário para dar credibilidade ao poder. Sim, as guerras são sangrentas, sim muitos erros são cometidos, como sempre foram ao longo da história, mas no fundo elas são necessárias. As guerras dos Estados Unidos são assim reveladas com os seus defeitos, por um organismo "independente" e "ético" (Wikileaks) que no fundo as legitima e as desculpa, sem nunca as por en questão.



A divulgação de documentos ditos secretos repletos de pequenas mentiras diplomáticas e de pequenos "incidente" militares, aos olhos do público têm por efeito que países como os Estados Unidos sejam desculpabilizados ao "esquecerem-se" de divulgar certos pormenores das suas actuações, mas no fundo, não revelam que não mentem no essencial. Mostram esses governos como sendo menos dissimuladores, menos conspiracionista e menos mentirosos do que muitas vezes se pensa.


Revelações de "revista cor-de-rosa".


As informações divulgadas são de menor importância e apenas beliscam os atingidos. Trata-se muitas vezes de verdadeiros "mexericos" dignos de qualquer revista cor-de-rosa: Sarkozy é um palhaço, Chávez é louco, Berlusconi é vaidoso, Putin é machista, Khadafi é hipocondríaco,... Estes documentos que se evaporam misteriosamente dos seus cofres secretos não passam de informações secundárias. Estas revelações parecem ser fabricadas para serem divulgadas, as revelações verdadeiramente importantes não aparecem. Este é um clássico e tipico método de propaganda e de desinformação.


A CIA não tem qualquer problema em divulgar este tipo de informação. Pelo contrário permite credibilizar o Wikileaks para o poder utilizar quando chegar a altura. Os órgãos de informação habituais perderam recentemente muita da sua credibilidade aos olhos do público. Muitas gente já começou, e muito acertadamente, a desconfiar do que vêm na televisão ou lêm nos jornais. Em contrapartida vêm na internet um último reduto de liberdade de expressão. A internet é agora um órgão cada vez mais credível utilizado por muita gente que procura pontos de vista alternativos aos grandes media, e isso claro, não passou despercebido aos serviços secretos americanos para poder ser usado para atingir os seus fins.


Revelações oportunas.



Pouco a pouco o Wikileaks está-se a tornar num instrumento capaz de criar conflitos e suspeitas entre as várias nações. Um caso recente é divulgação de documentos referentes a vários estados do médio oriente onde revelem que esses países estão contra o Irão, que o consideram perigoso e nos quais o rei Abdullah Al-Saud da Arábia Saudita terá pedido aos Estados Unidos, falando de Ahmadinejad, que "cortassem a cabeça da serpente".

As revelações sobre a China também são muito oportunas para os interesse americanos. Pequim é acusado de fornecer mísseis à Coreia do Norte, e de ter estado por trás de ataques cibernéticos em vários sites americanos.



Julian Assange, o justiceiro?

Quem é Julian Assange representante de Wikileaks? É uma personagem difícil de definir.

Em Outubro de 2010 recebe o apoio de Daniel Ellsberg membro do CFR (Council of Foreign Relation) criado por David Rockefeller.

Julian Assange, o "inimigo" do sistema, recebe o "Index on Censorship Award 2008" do The Economist. Este homem que faz tremer os USA também recebe um prémio do The Economist que pertence ao Economist Group cujo um dos directores é Lynn Forester Rothschild, e o editor é Micklethwait membro do grupo Bilderberg.

É eleito a personagem do ano 2010 pelo Times. Também foi nomeado uma das 25 pessoas que mudaram o mundo pelo Utne Reader, revista criada por Eric Utne e Nina Rothschild Utne.


Em 2007, John Young, fundador do site cryptome.org, deixa wikileaks por dizer ser uma montagem da CIA.


Então, para resumir, temos um homem, Julian Assange, que denuncia os maus da fita, os americanos, e que diz que a sua vida está em perigo, mas recebe prémio dos que detêm o verdadeiro poder: Bilderberg, CFR, Trilateral Comision. Em geral os que representam um perigo real para estas organizações sabem muito bem tratar do assunto como deve ser, vejam o caso Kennedy.

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segunda-feira, 29 de novembro de 2010

As dez estratégias de manipulação mediática




1- A ESTRATÉGIA DA DISTRACÇÃO.


O elemento primordial do controle social é a estratégia da distracção que consiste em desviar a atenção do público dos problemas importantes e das mudanças decididas pelas elites políticas e económicas, mediante a técnica do dilúvio ou inundações de contínuas distracções e de informações insignificantes.
A estratégia da distracção é igualmente indispensável para impedir o povo de interessar-se pelos conhecimentos essenciais, na área das ciências, da economia, da psicologia, da neurobiologia e da cibernética. "Manter a atenção do público distraída, longe dos verdadeiros problemas sociais, cativada por temas sem importância real. Manter o público ocupado, ocupado, ocupado, sem nenhum tempo para pensar; de volta à quinta como os outros animais (citação do texto 'Armas silenciosas para guerras tranquilas')".


2- CRIAR PROBLEMAS, DEPOIS OFERECER SOLUÇÕES.


Este método também é chamado "problema-reacção-solução". Cria-se um problema, uma "situação" prevista para causar certa reacção no público, a fim de que este tenha a percepção que participou nas medidas que se deseja fazer aceitar. Por exemplo: deixar que se desenvolva ou se intensifique a violência urbana, ou organizar atentados sangrentos, a fim de que o público exija novas leis de segurança e políticas em prejuízo da liberdade. Ou ainda: criar uma crise económica para fazer aceitar como um mal necessário o retrocesso dos direitos sociais e o desmantelamento dos serviços públicos.


3- A ESTRATÉGIA DA GRADAÇÃO.


Para fazer com que se aceite uma medida inaceitável, basta aplicá-la gradualmente, a conta-gotas, durante anos consecutivos. É dessa maneira que condições socioeconómicas radicalmente novas (neoliberalismo) foram impostas durante as décadas de 1980 e 1990: Estado mínimo, privatizações, precariedade, flexibilidade, desemprego em massa, salários baixíssimos, tantas mudanças que teriam provocado uma revolução se tivessem sido aplicadas de uma só vez.


4- A ESTRATÉGIA DO DEFERIDO.


Outra maneira de se fazer aceitar uma decisão impopular é a de apresentá-la como sendo "dolorosa e necessária", obtendo a aceitação pública, no momento, para uma aplicação futura. É mais fácil aceitar um sacrifício futuro do que um sacrifício imediato. Primeiro, porque o esforço não é aplicado imediatamente. Segundo, porque o público - a massa - tem sempre a tendência a esperar ingenuamente que "tudo irá melhorar amanhã" e que o sacrifício exigido poderá vir a ser evitado. Isto dá mais tempo ao público para acostumar-se à ideia da mudança e de aceitá-la com resignação quando chegar o momento.



5- DIRIGIR-SE AO PÚBLICO COMO SE DE CRIANÇAS SE TRATASSEM.


A maioria da publicidade dirigida ao grande público utiliza discurso, argumentos, personagens e entoação particularmente infantis, muitas vezes próximos da debilidade mental, como se cada espectador fosse uma criança de idade reduzida ou um deficiente mental. Quanto mais se pretende enganar ao espectador, mais se tende a adoptar um tom infantilizante. Porquê? "Se você se dirigir a uma pessoa como se ela tivesse 12 anos ou menos, então, em razão da sugestionabilidade, ela tenderá, com certa probabilidade, a dar uma resposta ou reacção também desprovida de um sentido crítico como a de uma pessoa de 12 anos ou menos de idade (ver "Armas silenciosas para guerras tranquilas")".


6- UTILIZAR MUITO MAIS O ASPECTO EMOCIONAL DO QUE A REFLEXÃO.


Fazer uso do discurso emocional é uma técnica clássica para causar um curto circuito na análise racional, e pôr fim ao sentido critico dos indivíduos. Além do mais, a utilização do registo emocional permite abrir a porta de acesso ao inconsciente para incutir ideias, desejos, medos e temores, compulsões, ou induzir comportamentos...



7- MANTER O PÚBLICO NA IGNORÂNCIA E NA MEDIOCRIDADE.


Fazer com que o público seja incapaz de compreender as tecnologias e os métodos utilizados para o seu controle e escravidão. "A qualidade da educação dada às classes sociais inferiores deve ser a mais pobre e medíocre possível, de forma que a distância da ignorância que paira entre as classes inferiores e as classes sociais superiores seja e permaneça impossível de eliminar (ver 'Armas silenciosas para guerras tranquilas')".



8- ESTIMULAR O PÚBLICO A SER COMPLACENTE NA MEDIOCRIDADE.


Promover no público a ideia de que é moda o facto de se ser estúpido, vulgar e inculto...


9- REFORÇAR A REVOLTA PELA AUTOCULPABILIDADE.


Fazer o indivíduo acreditar que é somente ele o culpado pela sua própria desgraça, por causa da insuficiência da sua inteligência, de suas capacidades, ou do seu esforço. Assim, ao invés de revoltar-se contra o sistema económico, o indivíduo autocritica-se e culpabiliza-se, o que gera um estado depressivo, do qual um dos seus efeitosmais comuns, é a inibição da acção. E, sem acção, não há revolução!


10- CONHECER MELHOR OS INDIVÍDUOS DO QUE ELES MESMOS SE CONHECEM.


No decorrer dos últimos 50 anos, os avanços acelerados da ciência têm gerado um crescente afastamento entre os conhecimentos do público e os possuídos e utilizados pelas elites dominantes. Graças à biologia, à neurobiologia e à psicologia aplicada, o "sistema" tem desfrutado de um conhecimento avançado do ser humano, tanto física como psicologicamente. O sistema tem conseguido conhecer melhor o indivíduo comum do que ele mesmo conhece a si mesmo. Isto significa que, na maioria dos casos, o sistema exerce um controle maior e um grande poder sobre os indivíduos do que os indivíduos sobre si próprios.

Texto de Noam Chomsky.

Avram Noam Chomsky, nasceu em Filadélfia, é linguista, filósofo e activista político de esquerda e grande critico da política externa dos Estados Unidos. Vê o terrorismo de Estado como o problema dominante. Também tem criticado a ex-URSS e a China. Acredita que a guerra fria foi teve como principal objectivo a preservação ideooógica e económica dos USA. Tem sido muito critico em relação aos meios de comunicação social que dependentes dos grandes grupos financeiros.


Noam Chomsky e Edwrad Herman pensam que a distorção sistemática das notícias pelos meios de comunicação social advem da existência de cinco filtros: o facto da propriedade dos meios estar nas mãos das grandes empresas, o facto do financiamento ser proveniente das notícias que produzem publicidade, o facto das notícias serem provenientes das grandes empresas e dos governos, o facto de da pressão sobre as linhas editoriais serem dependentes dos donos dos meios de comunicação e finalmente, o facto de dos conceitos noticiosos estarem dependentes das normas da profissão jornalistica.


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quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Saara Ocidental: o conflito que ninguém quer resolver?


O conflito no Saara Ocidental voltou à ordem do dia. Marrocos reivindica direitos históricos, a Frente Polisario apoiada pela Argélia afirma representar a maioria do povo sarauí que quer a independência Os países ocidentais jogam com os dois lados.


Quais são as causas do conflito? O que é que está realmente em jogo?




Historicamente o Saara Ocidental é um território marroquino.



É absurdo falar do conflito do Saara Ocidental sem conhecer um pouco da história dessa região. Podíamos resumir essa história dizendo que os colonizadores espanhóis chegaram ao Saara em 1476, mais tarde, com a "marcha verde", Marrocos conquista os territórios sarauís em 1975 que os espanhóis abandonaram.


Entretanto, em 1973 foi criado a frente Polisario. Inicialmente criada para lutar contra o ocupante espanhol, não era especialmente dirigida contra Marrocos e a possibilidade de uma autonomia alargada era real para o Saara Ocidental. Após a retirada espanhola, o movimento endureceu-se e preconiza a independência por autodeterminação do seu povo.


Antes de ir mais longe quanto às revindicações territoriais marroquinas, é de toda a justiça assinalar que após os Idríssidas terem desenhado as bases das actuais fronteiras marroquinas, foram os Almoravides, de 1059 a 1147, que lhe deram o nome tendo como capital Marraquexe. Já nessa época, o seu vasto território incluía o Saara Ocidental, a actual Mauritânia, uma parte do oeste da Argélia e o sul da Península Ibérica. Assim durante muitos anos, e até há poucas décadas, o Saara Ocidental sempre fez parte efectiva de Marrocos.




As origens da Frente Polisario.



A Frente Polisario (Frente Pela Libertação da Saguia el Hamra e Rio de Oro), como já vimos foi inicialmente criada para libertar o Saara Ocidental da ocupação espanhola. Este movimento armado tornou-se independentista e anti-marroquino após os acordos de Madrid de 14 de Novembro de 1975 entre a Espanha, Marrocos e a Mauritânia. Nessa altura os sarauís não foram chamados a fazer parte das negociações tendo ficado o sentimento de serem simples "objectos" no xadrez político. Foi então que a Argélia soube tirar partido desse descontentamento para fomentar a sua hostilidade contra Marrocos.

Após vários conflitos armados, a frente Polisario instala-se na Argélia com vários refugiados. Um cessar-fogo foi conseguido em 1991 entre a frente Polisario e Marrocos. Entretanto, entre 1980 e 1987, Marrocos já tinha erguido um muro de 2720 km que inclui praticamente todo o território do Saara Ocidental exceptuando uma pequena faixa a leste. Ao longo dessa cintura de segurança encontram-se 160 000 militares marroquinos para defender o território. A Argélia forneceu armamento à frente Polisario até pelo menos 1991. Actualmente, fornece o seu apoio financeiro e sobretudo diplomático. Veremos mais adiante quais os reais interesse da Argélia neste conflito.



Trinta anos de campos de refugiados.



A vida nos campos de refugiados de Tindouf é miserável. A ajuda humanitária é sistematicamente desviada do povo sarauí que a devia receber para alimentar uma enorme rede de mercado negro. Recentemente, ajuda foi reduzida por se ter chegado à conclusão, que pelas imagens de satélite obtidas, o número de refugiados era apenas de cerca de 90 000 pessoas e não de 165 000 como o fazia crer a Frente Polisario.


Esse número inflacionado da população tinha dois objectivos: uma maior ajuda humanitária e um maior número de votantes em caso de eleições com vista à autodeterminação do povo sarauí. Esta última questão é fundamental. Com efeito, depois destes anos todos, ainda não se sabe qual o número exacto de refugiados. A Polisario e a Argélia recusam qualquer recenseamento. Nestas condições, como realizar uma qualquer eleição credível?


Sistematicamente ignorado na comunicação social ocidental, existe um movimente unionista sarauí. São eles controlam as câmaras no Saara Ocidental ocupado pelos marroquinos, tendo igualmente representantes em ambos os órgãos parlamentares de Rabat. Estes preconizam um projecto de autonomia alargada numa união com Marrocos.




Crimes marroquinos: nem tudo o que parece é.


No meio deste conflito complexo, surgem nos media, todos os meses, notícias de ataques marroquinos a acampamentos sarauís. Muitas destas notícias vêm da imprensa espanhola alinhada com a frente Polisario.

No dia 8 do mês passado, foi o caso do acampamento de Gdaim Izik. Marrocos declarou a morte de 11 dos seus soldados e de 2 civis sarauís, enquanto a Frente Polisario afirmava que teriam morrido 19 sarauís e que teria havido 159 desaparecidos. Para além dos números, os principais jornais espanhóis, El País, El Mundo, La Razón, La Vanguarda, publicavam a fotografia de uma criança ferida.

Essa fotografia, sobretudo por ser de uma criança, chocou a opinião pública. O problema é que o fotógrafo da agência Reuters, Ibraheem Abu Mustafa, reconheceu nesses jornais a fotografia que era sua e que tinha sido tirada no dia 21 de Junho de 2006 na faixa de Gaza quando um míssil israelita foi disparado sobre esse território palestiniano. O jornal El País pediu posteriormente desculpa pelo engano, mas o mal já estava feito e a fotografia já circulava nos meios de comunicação.

No dia 13 deste mês, a televisão Antena 3 tinha difundido uma fotografia de cadáveres amontoados atribuída aos acontecimentos de Laayoune. Na realidade tratava-se de uma fotografia tirada no dia 26 de Janeiro de 2010 durante o atentado suicida de Sidi Moumen em Casablanca.
Engano ou manipulação?


Uma teia de interesse económicos.



Quais os interesses de Marrocos?

Para já, reivindicar um território que historicamente lhe pertence. Depois, porque o Saara Ocidental possui as maiores minas de fosfato do mundo, sendo Marrocos o principal exportador mundial. O fosfato não serve só para fabricar fertilizantes, também serve para produzir urânio de alta qualidade.

Que quer a Argélia?

Além da rivalidade secular com Marrocos, esse território é uma das mais ricas zonas de pesca do mundo. Representa também um acesso à costa Atlântica, o que facilita as suas exportações, nomeadamente de gás natural.

Que querem os países ocidentais?

A Espanha apoia a Frente Polisario por razões históricas contra Marrocos, o rival que lhe fez frente. A França e os Estados Unidos apoiam Marrocos para evitar uma destabilização da região, mantendo contudo boas relações com a Argélia. Na realidade querem preservar a rica e vasta zona de pesca do Saara Ocidental, e alimentam os seus apetites nos recursos minério e o petróleo que aguarda ser explorado.
Finalmente ninguém está muito interessado em quebrar o status quo existente.


segunda-feira, 22 de novembro de 2010

NATO sim! Pacifistas não?




A polícia portuguesa não permitiu 35 activistas pacifistas da Finlándia atravessar a fronteira para entrar no país, na Terça-feira de manhã. Os pacifistas estavam a viajar para participar em acções não violentas contra a cimeira da NATO em Lisboa. A organizadora da viagem do autocarro finlandês era a União de Objectantes de Conciência (UOC's/ Aseistakieltäytyjäliitto), da Finlándia.


O Serviço de Estrangeiros e Fronteiras revelou que 11 pessoas foram detidas e 127 estrangeiros foram impedidos de entrar no país.


Seria interessante saber quais os fundamentos, invocados pelas forças de segurança, para impedir que pacifistas sejam impedidos de entrar legalmente no nosso país para participarem numa manisfestação.


A cimeira da NATO gerou, por parte de Portugal, um sistema de segurança inédito no país, mas não pode ser um motivo para este tipo de actuação. A informação de que existiriam elementos dos Black Blok em Portugal serve apenas como pretexto para justificar as tentativas de desmobilizar os movimentos de contestação.


Confundir acções de sensibilização e de desobediência civil com actos de vandalismo é ridículo. Cada um tem o direito de lutar por aquilo que acha certo na sua consciência e fazer algo por mudar o que o afecta a nossa sociedade e o mundo que nos rodeia.


A conclusão a que chegamos é que durante esta cimeira da NATO em Lisboa existe uma suspensão da democracia. O cidadão apenas tem o direito de confirmar, através do seu voto, as pessoas escolhidas em clubes restritos que os vão governar durante um punhado de anos. Quanto às organizações que nem sequer foram eleitas, como a NATO ou a Comissão Europeia, nem têm direito ao protesto.




A luta contra o terrorismo serve de pretesto para todas as limitações às liberdades individuais, mas os terroristas estavam dentro da cimeira não fora dela.



Cada vez mais o discurso da NATO é de manutençaõ da paz, mas não nos devemos esquecer que esta é uma organização militar que só tem trazido a guerra onde o capitalismo financeiro não consegue saquear os recursos de um país. Além da sua actuação belicosa externa, a NATO está-se a tornar também no "polícia Interno" dos povos.



O tratado de Lisboa incrementou a ligação entre a União Europeia e a NATO, e entre os politicos de ambas as organizações.




Esta reunião mais parecia um encontro de velhos amigos todos membros e eleitos pelo famoso clube, onde são tomadas as verdeiras decisões, o exclusivista e secreto clube de Bilderberg: Rasmussen, Durão Baroso, Hillary Clinton, Rompuy, Obama, Sarkozy, Merkel, Sócrates, Zapatero, Papandréou, Juncker, Cameron, Saakashvili,...

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Goldman Sachs: um dos tentáculos do polvo.





Nos últimos anos um nome surge com frequência no sistema financeiro internacional: Goldman Sachs. Entre escândalos e corrupção este banco de investimento nunca teve tantos lucros e influencia.



Bem-vindo ao submundo dos verdadeiros governantes mundiais.




Salários milionários.


Este ano o CEO da Goldman Sachs, Lloyd Blankfein, vai receber um prémio anual de apenas 9 milhões de dólares. Digo apenas, porque em 2008 esse prémio tinha sido de 68 milhões. De qualquer maneira, ele não está propriamente na miséria, só em títulos da Goldman Sachs tem uma fortuna calculada em cerca de 500 milhões de dólares.

O senhor Blankfein dirige o mais prestigiado banco de investimento de Wall Street e considerado o mais poderoso não só pela sua riqueza, mas também e sobretudo pela sua teia de influencia no mundo do poder.

Em 2008, o mundo descobre que um banco, até aqui desconhecido do grande público, o Lehman Brothers, podia por em perigo a economia mundial. Abandonado pela banca central americana, a sua falência dia 14 de Setembro de 2008 desencadeia a maior crise financeira da história.

Com a falência da Lehman Brothers sobra um banco dominante neste sector: o Goldman Sachs. Esta instituição poderosíssima está em todas! Crise grega? Goldman. Queda do euro? Goldman. Recusa de regulação dos mercados financeiros? Goldman. Eliminação do Lehman Brothers? Goldman. Venda de 44% das acções da BP 3 semans antes da catástrofe. Goldman.



Os tentáculos do poder:


A sua rede de influência está presente nos principais sectores financeiros, económicos e políticos.
Vejamos:

- Henry Paulson, número dois do Goldman Sachs (GS), tornou-se secretário do tesouro americano de George Bush;
- Robert Rubin, foi o patrão da GS depois de ter sido secretário do tesouro de Bill Cllinton;
- Donald Sutherland, antigo comissário europeu da concorrência, ex-presidente da Allied Irish Bank, do GATT (agora OMC), da BP, tornou-se presidente da Goldman Sachs Internacional;
- Mario Draghi, governador da banca italiana tornou vice presidente da GS Internacional;
- Mario Monti, ex-comissário da concorrência em Bruxelas, tornou-se conselheiro de negócios estrangeiros da GS;
- Otmar Issing, ex-director da Bundesbank, tornou-se conselheiro internacional da GS.


Goldman Sachs ao longo do tempo multiplicou as suas acções opacas e pouco éticas: tinha participações em empresas que aconselhavam a clientes como investimento, utiliza frequentemente a técnica bolsista de venda a descoberto, especula sobre as divisas, especula sobre as matérias primas,...
























Grécia: contribuição da GS num afundamento planeado.


O caso grego é paradigmático da actuação da GS ao ajudar este país a esconder a sua dívida para depois tirar benefícios do seu "investimento".
Entre 2001 e 2004, a Grécia vendia a sua dívida soberana no mercado emitindo obrigações em euros ou outra moeda aconselhada pela GS. Em 2009 perante uma dívida cada vez maior, aconselhada por Gary Cohn, o número dois da GS, a Grécia vai ser "ajudada" a sair da crise.

No fim de 2009, numa operação concertada, a agência de notação Fitch baixa o rating da Grécia. Pouco depois, no dia 27 de Janeiro de 2010, a Goldman Sachs faz correr o a informação falsa de que a China tinha recusado comprar 25 mil milhões de euros de emissão de dívida à Grécia. Apesar do desmentido grego oficial, foi o suficiente para aumentar a taxa de juro do dinheiro pedido. Goldman Sachs tinha um interesse particular nesta operação: ganhar mais-valias.

Pouco depois, a Grécia, pressionada pela União Europeia teve de substituir o seu responsável pela dívida pública Spyros Papanicolau por Petros Christodoulou. O que se esquecem de dizer é que, antes deste posto, Petros Christodoulou trabalhava para ... a Goldman Sachs.








Este excelente livro de Marc Roche (apenas em francês), revela um pouco deste banco ultrasecreto, um dos mais poderosos do mundo, infiltrado em todos os negócios fianceiros, de grande promiscuidade com a classe politica e interlocultor priviligiado das grandes organizações internacioanis e do FMI.













segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Irlanda: a continuação do plano da perda de soberania económica dos Estados Europeus.





Primeiro foi a Grécia, agora é a Irlanda, depois será Portugal e talvez a Itália e a Espanha.


Um após outro o que estamos a assistir é ao desmoronamento dos estados europeus mais fracos para dar lugar a um novo sistema económico comandado pelos grandes grupos financeiros com a cumplicidade dos governos dos países mais poderosos.




Chegou a vez da Irlanda...



32% do PIB! Este é o número astronómico do défice público irlandês que será atingido no final deste ano. A estimativa anterior era de "apenas" 11,6%. Paralelamente a sua dívida pública que era de 64% passará a 90% do PIB.


Como é que isto foi possível? Em grande parte para salvar o seu sistema financeiro. Só para salvar a Anglo Irish, nacionalizada em 2009 foram necessário 34 mil milhões de euros. Não deveria caber ao Banco Central Europeu (BCE) salvar os bancos europeus em vez dos estados? Não a Irlanda vai ter que se financiar junto dos bancos privados que lhes cobra uma taxa de 6% de juro quando estes se financiam junto do BCE com uma taxa inferior a 1%. O FMI também já espreita.


Quem vai pagar a crise mais uma vez será a população irlandesa. Uma nova estratégia de rigor vai ser necessária, a terceira em dois anos. A água até aqui distribuída gratuitamente vai passar a ser paga, os salários da função pública já cortados em 15% vão ter que sofrer um novo corte, cortes também nos subsídios de desemprego.




A planeada crise grega...



Antes da Irlanda tivemos a Grécia. No fim do ano passado, a agência de notação, Flitch Ratings, baixava a "nota" grega. Depois foi a vez da Deutsche Bank e da Goldman Sachs apostarem na baixa do preço das obrigações emitidas pelo estado grego. Por fim foi a venda massiva de euros e a compra de dólares. É este sistema financeiro internacional que controla os estados e promove as crises. No entanto, Marc Ledreit de Lacharrière, dono da Flitch Ratings dizia sem qualquer pudor: "a Grécia tem de ser ajudada". Os mesmos que iniciaram o seu afundamento.


Resumindo: o sistema financeiro dos países europeus mais poderosos, com a bênção dos respectivos governos, especulam sobre a falência da Grécia até que esta se torne critica. A seguir enviam os dirigentes políticos para "apagar o incêndio" que eles próprios acenderam, e por fim se a Grécia se encontra em situação de de não poder pagar, são eles que a socorrem...com os dinheiros públicos.





A reconfiguração da União Europeia já está em curso.



O jornal britânico "The Independent" revelou no principio deste ano alguns apontamento secretos de Herman van Rompuy, presidente do Conselho Europeu e eleito pelo clube Bilderberg: " o que precisamos é do mesmo mecanismo que impusemos à Grécia para vigiar e analisar a situação de certos países europeus. A ideia é de colocar todos as economias europeias sob vigilância. Podem esperar decisões importantes que irão ser tomadas em breve".


A Grécia foi o primeiro país europeu a ser colocado sob a tutela da União Europeia. A Irlanda agora, e depois Portugal, a Itália e a Espanha seguirão. Todos estes países têm uma coisa em comum: a recusa de um governo económico centralizado na Alemanha e na França como está a tentar por exemplo Herman van Rompuy. Para obrigar os países que ainda têm dúvidas, é necessário que a situação se degrade ainda mais.


Estamos a assistir neste momento às primeiras fases de uma reconfiguração total da União Europeia, com a perda da soberania económica dos países membros e a futura criação de um imposto europeu. O artigo 269 do Tratado de Lisboa assim o permite: " A União Europeia tem de dotar dos meios para atingir os seus objectivos e assim conseguir levara cabo as suas políticas. Neste quadro, é assim possível estabelecer novas categorias de recursos próprios ou suprimir categorias já existentes".








terça-feira, 9 de novembro de 2010

O antidepressivo Edronax (reboxetina) é tão eficaz como um placebo!



A reboxetina é um antidepressivo comercializado pelo laboratório Pfizer em Portugal e alguns países europeus com o nome de Edronax. Não está comercializado por exemplo em França e nos Estados Unidos.


Um estudo em que foram analisados os vários resultados clínicos não publicados pelo laboratório Pfizer, porque desfavoráveis, vem mais uma vez colocar à luz do dia a fraca confiança e a credibilidade que nos oferecem os estudos clínicos efectuados pelos próprios laboratórios farmacêuticos.





A revista British Medical Journal (BMJ) publicou no mês passado um artigo sobre vários ensaios clínicos que comparavam grupos de doentes que tomavam a reboxetina, outros um placebo (comprimido não contendo qualquer substância activa) e outro um antidepressivo SSRI (inibidor selectivo da recaptação de serotonina).


Estes estudos incluíram alguns estudos do próprio laboratório Pfizer que não tinham sido divulgados por não confirmarem os benefícios esperados da reboxetina. Observaram que 74% dos doentes desses estudos tinham sido omitidos e que informação publicada sobrevalorizava os benefícios e subestimava os efeitos secundários.


Em conclusão: a reboxetina (Edronax) não é mais eficaz do que um placebo e menos eficaz e com mais efeitos secundários do que a fluoxetina ou a paroxetina.


De qualquer maneira, quanto aos antidepressivo, estudos recentes mostram que este antidepressivos quaisquer que sejam têm resultados sobreponíveis ao do placebo.




http://www.bmj.com/content/341/bmj.c4737.abstract?papetoc

http://www.pharmacorama.com/ezine/20101029160520.php

http://www.mni.pt/pt/news/health-portal/antidepressivo-reboxetina-nao-e-melhor-que-um-placebo

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

NATO: custos portugueses de uma cimeira inútil



Portugal recebe nos dias 19 e 20 a cimeira da NATO. Esta reunião, nesta época de crise vai sair cara aos portugueses.


As grandes decisões geoestratégicas não se decidem nestas cimeiras, esta são apenas "show" visível das decisões que já foram tomadas em reuniões secretas anteriores e sobretudo, claro, restrictas.


Herdada da guerra fria e tida por muitos como responsável pela relativa estabilidade militar europeia actual, esta organização também é responsável pelos numerosos conflitos mundiais actuais e por intervenções que desrespeitam qualquer tratado internacional, como na antiga Jugoslávia.





Cinco milhões de euros em equipamento de segurança.




O Governo autorizou a PSP a gastar cinco milhões de euros na compra de equipamento e material de segurança para receber a cimeira da NATO em Novembro, este vai ser adquirido por ajuste directo. Porquê o ajuste directo? Pela urgência da aquisição. Mas então esta cimeira não estava já planeada desde há meses?


Parte desse equipamento é para bloquear telemóveis, escudos, capacetes, gás pimenta, gás lacrimogéneo e também barreiras para vedar toda a zona do Parque das Nações.


1,2 milhões serão para viaturas para as operações de manutenção de ordem pública.



O Director Nacional da PSP dizia esta semana: “Tenho esperança que as viaturas cheguem a tempo, mas em caso contrário, não há problema, porque, naturalmente, há outras soluções”. Esta a ser ponderada a utilização das viaturas da GNR que tem vinte blindados semelhantes, das quais 14 permanecem paradas nas suas garagens.


É que os veículos encomendados não devem chegara tempo, e mesmo que cheguem não haverá tempo para que o pessoal se adapte às novas viaturas nas condições desejáveis!


Recorde-se que a PSP justificou esta compra - que inclui, além dos carros antimotim, um canhão de água e equipamento de protecção pessoal para os agentes - como sendo material, cuja falta "era sentida há vários anos para o dia a dia" e que os blindados seriam para a segurança nos bairros de risco.


Existem grandes dúvidas de que os blindados sejam a melhor opção para entrar em bairros problemáticos e também sobre o restante material: faltam polícias na rua, os agentes têm de pagar a farda do próprio bolso, têm de usar os telemóveis pessoais para o trabalho, há carros-patrulha parados de tão velhos... e agora vêm dizer que é preciso gastar este dinheiro em blindados?




Mais uma tolerância de...ponto.



O Governo português deverá decretar tolerância de ponto em Lisboa a 19 de Novembro, o primeiro dia da Cimeira da Nato. O objectivo é facilitar a circulação na capital.


Uma estimativa das autoridades ligadas à organização da cimeira aponta para a presença em Lisboa de cerca de 7000 pessoas, entre as 29 delegações estrangeiras e jornalistas de todo o mundo.


É difícil contabilizar o que representa um dia de paragem laboral na capital e de todos os seus efeitos colaterais, mas serão seguramente de vários milhões de euros.

O Centro Comercial Vasco da Gama, por exemplo, deverá ficar com as entradas restringidas a duas portas de acesso e poderão ser instalados detectores de metais. No caso dos restaurantes, junto ao rio, o seu serviço ficará limitado aos participantes da cimeira.




http://tvnet.sapo.pt/noticias/detalhes.php?id=61763

Banca: a incrível "aldrabice" das taxas de juros.



Já foi aqui referido neste blogue mas não é demais relembrar o verdadeiro truque de ilusionismo que representam as taxas de juros cobradas pelos banco.


Não admira que os estados estejam subjugados ao poder económico dos grandes grupos financeiros e isto com a benção da União Europeia e os seus tratados, que no fundo é a mesma coisa.



Ao abrigo do artigo 123 do Tratado de Lisboa, os estados membros da União Europeia não podem recorrer ao Banco Central Europeu (BCE) para contrair dívidas, têm de o fazer através dos bancos privados.

Mas a banca financia-se junto do BCE pagando uma taxa de juro de apenas 1% e depois essa mesma banca empresta esse mesmo dinheiro às famílias, às empresas e ao estado cobrando taxas de juros de cerca de 5%.

A divida da banca portuguesa ao BCE corresponde a cerca de 30% do PIB, ou seja perto de 50 000 milhões de euros. A soma dos vários empréstimos da banca a operar em Portugal ao estado português já totaliza 10 500 milhões de euros, com taxas de juros a 4 anos de 4,5% e a 10 anos de 6,4%.

Por outras palavras, o estado português paga 574 milhões de euros de juros à banca mas só pagaria 105 milhões se podesse financiar-se directamente junto do BCE.

O mesmo se passa com as famílias e as empresas.

Não admira que os quatro grandes da banca privada portuguesa lucraram 4,1 milhões de euros por dia no terceiro trimestre deste ano.

O economista Eugénio Rosa questiona: se não seria justo lançar um imposto sobre estes lucros extraordinários e sem risco da banca? Isto para já não falar no valor real do IRC pago pela banca, que é de cerca de 4,3%.

As medidas sociais e económicas drásticas que os governos tomam para pagar as dívidas, foram na realidade criadas pelos próprios, autorizando a criação monetária privada e a obrigação por partes dos estados a que os empréstimos sejam feitos pela banca privada. São os bancos e os grandes grupos financeiros que mais beneficiam com as crises.


Como dizia Henry Ford: "Ainda bem que as pessoas não compreendem o nosso sistema monetário e bancário, porque, se compreendessem, eu acredito que haveria uma revolução antes do amanhecer."




http://www.eugeniorosa.com/Sites/eugeniorosa.com/Documentos/2010/43-2010-Riqueza-2-transferida-estrangeiro-continua-crescer.pdf

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Grécia: "média" e armadilhas








Desde há algumas semanas que os Estados Unidos e os seus serviços secretos andam a preparar a opinião pública mundial para um atentado que estará para breve.

Entretanto tivemos ameaças de bombas na torre Eiffel, em Paris, que não chegaram a passar disso, de ameaças.

Depois tivemos pacotes armadilhados com proveniência do Iémen com destino aos Estados Unidos e agora cartas bomba na Grécia.





Antes de nos interessar pela Grécia umas palavras sobre os pacotes do Iémen. Estes "terroristas" são tão amadores que enviam um pacote armadilhado de um país altamente vigiado pelos USA e logo para uma instituição judaica. Isto, por acaso, num período de eleições americanas. Ainda os inquéritos não tinham começado, já se anunciava que o suspeito do costume, a Al-Qaeda, era o responsável.


Este como os outros acontecimentos mediáticos de potencial terrorismo fazem crescer na população o sentimento de insegurança e a tomada das necessárias medidas de segurança. Convém lembrar às populações que o terrorismo apesar de não existirem actos concretos esta bem vivo.





Armadilhas mediáticas...



Na Grécia, mais de uma dezena de cartas bomba, ou explodiram, ou foram desactivadas, ou quase que explodiram. Destino: embaixadas estrangeiras e políticos estrangeiros. Nos dias seguintes a policia já tinha uma mão cheia de suspeitos e tinha detido dois jovens de 22 e 24 anos. Já se sabia quem eram os responsáveis, desta vez não se tratava da Al-Qaeda, mas sim de um grupo anarquista chamado "células da conspiração do fogo".




Várias dúvidas:





- como foi possível estes jovens organizarem esta operação que necessita de uma logística apurada?


- se este movimento é o responsável pelo envio das cartas bomba, dado ser permanentemente vigiado pela polícia, esta deveria ter impedido esses actos.


- porque é que um movimento anarquista grego tem objectivos estrangeiros e não gregos? - alguém acredita que algum pacote armadilhado chega assim sem mais nem menos às mãos de um dirigente como Sarkozy ou Angela Merkel?


- estes aprendizes terroristas capazes de uma operação tão complexa deixam-se apanhar facilmente, e sabes logo que foram eles os responsável dos vários envios. Só falta terem com eles nos bolsos a lista das moradas dos envios!




Estas "bombas" destinam-se sobretudo à opinião pública grega e europeia. É uma espécie de mensagem tipo "Al-Qaeda" mas sem o risco de matar ninguém.

A alguns dias de eleições locais importantes para o partido no governo, esta saturação mediática de cartas armadilhadas coloca em cheque um governo fustigado pela crise financeira.

A destabilização deste país através dos actos "terroristas" também enfraquece a contestação popular e desvia as suas preocupações económicas do dia-a-dia.

A nível europeu, esta intoxicação mediática cria um sentimento de medo. Já não é só a Al-Qaeda, agora até outros grupos podem ser fonte de terror. Uma população amedrontada é uma população manipulável.





http://www.lefigaro.fr/international/2010/11/02/01003-20101102ARTFIG00584-cinq-colis-pieges-envoyes-a-des-ambassades-en-grece.php/selection.lefigaro.fr/selection.lefigaro.fr/

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

No mundo violento dos "Black Block"



Com a cimeira da NATO em Lisboa, as forças de segurança portuguesas dizem-se preocupadas com as manifestações do Black Block.


Autoproclamados anarquistas, vestidos de negro, cara tapada, semeiam uma onda de destruição após cada manifestação.


Quem são? Como se organizam? Quem os financia?





Origem:



Foi depois da manifestação anti-mundialização de Seattle, em 1999, que os Black Block adquiriram notoriedade. Este termo foi criado pela polícia alemã, nos anos 80, para designar os ocupantes ilegais de casas e que se revoltavam contra a polícia de forma violenta nas ruas.



Composição:


Zurique, 1º de Maio de 2003. Como todos os 1ºs de Maio, um pouco por toda a Suíça, as várias manifestações tornam-se violentas. Vários carros incendiados, lojas danificadas e vários feridos. De tão habitual, tornou-se banal, quase normal.


Na origem destes confrontos está um movimento mal definido de manifestantes vestidos de negro e de cara tapada: o Black Block. Objectivo principal além de criar o caos, é obrigar a polícia a agir e desencadear o confronto.

No dia seguinte, 2 de Maio de 2003, várias pessoas foram presas e a polícia faz o balanço. 88 pessoas dos Black Block presas: 69 de nacionalidade suíça dos quais mais de metade não vivia no cantão de Zurique. 7 pessoas da região dos Balcãs, 4 italianos, 3 alemães, 2 turcos.
A pergunta imediata é: como se contactaram, organizaram e financiaram para vir de tão longe?

De assinalar igualmente a idade dos participantes: 5 tinham menos de 15 anos (!), 33 idades de 15 a 18 anos. Apenas 7 tinham mais de 25 anos.
Pode-se falar aqui de ideologia política ou será pura delinquência?



Estructura:


O Black Block é um movimento de mobilização anarquista, libertário, antifascista, com um misto de feminismo, de luta contra a sociedade patriarcal, de oposição à mundialização e até de libertação animal. Na realidade este movimento não tem uma organização piramidal e estruturada. Espalhados pelo mundo entram facilmente em contacto uns com os outros através da facilidade de comunicação criada pela internet.

Vestem-se preferencialmente de negro como símbolo anarquista. Tapam a cara para proteger a identidade, dado que as forças policiais frequentemente filmam as manifestações. A violência faz parte da sua acção, dizem, não pelo simples prazer de destruir, mas como o símbolo de natureza política dos seus actos. A destruição incide sobretudo sobre os edifícios sede de grandes empresas multinacionais.

O Black Block não é representativo dos movimentos anarquistas em si, é uma forme de organização temporária para uma determinada acção. Acusam os pacifistas que condenam as suas práticas de defender o sistema e as suas desigualdades.A sua estrutura em pequenos grupos com as mesmas afinidades, facilita a sua mobilidade, o que permite "desarmar" as forças policiais habituadas a controlar grupos de manifestantes organizados e interdependentes.





Dúvidas:







Muitos dos participantes nos movimentos dos Black Block são conhecidos das polícias. Muitos observadores acusam as próprias forças de segurança de os deixamrem infiltra-se no seio de manifestações pacíficas para depois ter a desculpa de actuar. Esta prática enfraquece o efeito desses movimentos pacíficos, desnaturando as suas intensões e associando-os à violência dos Black Block.

Ao abafar os movimentos pacifistas e ao focalizar a violência das manifestações, os estados justificam as medidas securitárias que vão tomando, assim como as restrições da liberdade.

Muitos dos manifestantes dos Black Block são autênticos profissionais das manifestações cujo financiamento permanece obscuro.Sempre presentes nas reuniões do G8, G20 ou NATO, nunca os vimos nas reuniões "secretas", como as de Bilderberg, onde são tomadas as verdadeiras decisões económicas e politicas. Porquê?