sexta-feira, 11 de março de 2011

Os Estados Unidos preparam-se para intervir na Líbia

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Os Estados Unidos e a NATO preparam-se para intervir na Líbia. 
Razões humanitárias? Não, controlo do seu petróleo.



A guerra do petróleo.


A Líbia possui 3,5% das reservas mundiais de petróleo (mais do dobre dos Estados Unidos), 80% situa-se na zona este do país.




A Eni (Ente nazionali idrocarburi) realiza na Líbia 15% do seu volume de negócios, mas o mesmo se passa com a BP, Royal Dutch Shell, Total, Basf, Statoil e Rapsol. Centenas de russo de Gazprom e 30 mil chineses que trabalhavam em empresas petrolíferas e da construção civil são obrigados a abandonar a Líbia.


Ao todo com uma população de apenas 6 milhões de habitantes, a Líbia tem um milhão e meio de trabalhadores imigrantes, sobretudo de origem norte africana.


 A China mostra-se preocupada com os acontecimentos na Líbia e "deseja que volte rapidamente à estabilidade e à normalidade". As razões são clara: o comercio entre os dois países cresceu 30% em 2010 e a Líbia representa para a China um importante fornecedor de petróleo de que tanto necessita dado rápido crescimento económico. A Rússia defende a mesma posição.


Em contrapartida,os Estados Unidos que tinham apelado a uma transição pacifica no caso do Egipto, desta vez condenam o governo líbio e dizem "dispor de uma gama completa de opções para responder à crise, incluindo acções que poderão desencadear e acções que poderão coordenar com os seus aliados através de instituições multilaterais".


 A mensagem é clara: existe a possibilidade de uma intervenção militar USA/NATO na Líbia. Motivo: por fim a um banho de sangue. Na realidade, com a queda de Kadhafi, os Estados Unidos poderiam colocar as suas multinacionais no terreno e explorar as reservas energéticas da Líbia, exploração essa de onde foram até agora excluídos. Os Estados Unidos poderiam assim controlar a torneira energética da qual depende uma grande parte da Europa e sobretudo o seu actual grande rival: a China.


 A Líbia tornou-se um importante local do braço de ferro entre a China e o Estados Unidos. Com 5 milhões de técnicos chineses em África, este país participa na construção de industrias e infraestruturas, os Estados Unidos não sendo competitivos nesse campo, apostam na vertente militar nesse continente.


 São os Estados Unidos que treinam o AfriCom, principal instrumento de penetração no continente. A NATO também está para concluir um tratado de parceria militar com a União Africana que reúne 53 países africanos. O quartel geral da parceria NATO-União Africana está a ser construído em Adis Abeba na Etiópia e será financiado com 27 milhões de euros da Alemanha e será batizado "Edifício da Paz e da Segurança".




Uma guerra anunciada.



A intervenção dos Estados Unidos e da NATO na Líbia já está a ser preparada a algum tempo, tendo sido planeada para coincidir com as manifestações nos países árabes vizinhos. Os media encarregaram-se de fazer crer na opinião pública que o movimento de protesto líbio tinha surgido espontâneamente arrastado pelos protestos na Tunísia e no Egipto.


O cenário estratégico consiste em fazer pressão para que seja criado e reconhecido um governo intermédio na região este do país o pulverizar posteriormente. 


Essa operação já está em curso. "Centenas de conselheiros americanos, britânicos e franceses chegaram à província do Cerinaica, a este da Líbia. Esses conselheiro incluem agentes dos serviços secretos e desembarcaram de navios de guerra estacionados ao largo de Benghazi e de Tobruk" (DEBK Afile,US military advisers in Cyrenaica, 25 février 2011).


Os Estados Unidos e as forças especiais aliadas já estão no terreno para fornecer apoio aos rebeles. Este facto foi confirmado quando comandos das forças especiais britânicas das SAS foram feitos prisioneiros na região de Benghazi (Top Uk commandos captured by rebel forces in Libya: Report, Indian Express, 6 mars 2011) e (U.K. diplomatic team leaves Libya - World - CBS News, 6 mars 2011).  


"O "diplomata" britânico  capturado com sete soldados das forças especiais, era um membro dos serviços secretos britânico,  um agente do M16, em missão secreta" (The Sun, 7 mars 2011)


Uma potência naval massiva dos Estados Unidos já se encontra ao longa da costa da Líbia. O porta aviões USS Enterprise e os navios anfíbios USS Ponce e USS Kearsarge já estão no mediterrâneo.


400 Marines americanos foram enviados para ilha de Creta na Grécia e depois embarcados em navios de guerra em direcção à Líbia (Operation Libya: US Marines on Crete for Libyan deployment, Times of Malta, 3 mars 2011).



A Alemanha enviou 3 navios de guerra com o pretexto de evacuar refugiados na fronteira entre a Líbia e a Tunísia. A França enviou o porta aviões Mistral pelas mesmas razões. O Canadá enviou a fregata Charlottetown.





 

http://www.alterinfo.net/Insurrection-et-intervention-militaire-Tentative-de-coup-d-Etat-des-Etats-Unis-et-de-l-OTAN-en-Libye_a56146.html?preaction=nl&id=9310505&idnl=85485&

http://www.mondialisation.ca/index.php?context=va&aid=23372





2 comentários:

  1. É altura dos puritanos decidirem se a UE e os EUA devem intervir na Líbia - sendo acusados de ingerência nos assuntos internos de outros países e sorvedouro dos recursos naturais dos mesmos - ou esperarem sentados que ocorra uma espécie de 25 Abril feito na internet e terminando num banho de sangue.

    Se os EUA quisessem entrar na Líbia já o teriam feito. Não duvide.

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  2. Pois... está-se mesmo a ver, Dylan. Estes americanos são mesmo uns anjinhos! Só param com os ataques a Estados Soberanos quando não houver mais recursos para se apropriarem... ou então, quando levarem com um bom "cogumelo" em cima!

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