sexta-feira, 27 de março de 2015

Acidente do Airbus 320: manter o medo...

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A propósto do avião Airbus A320 que se despenhou nos Alpes franceses. 

O aparelho seguia de Barcelona, em Espanha, para Dusseldorf, na Alemanha. No avião da Germanwings, uma companhia low-cost alemã, iam 144 passageiros, dois pilotos e quatro membros da equipa de voo. 

Este acidente, além de muitas dúvidas, deixa no ar que qualquer pessoa, tida como "normal", pode ser um potencial assassino.




 

Poucas horas depois do acidente, era encontrada uma das caixas negras, a do registro das conversas no cockpit. Poucas horas depois já tinham sido analizadas esses dados, o que normalmente leva vários dias.


Segundo esses dados, o piloto tinha saído da cabine e o co-piloto tinha ficado sozinho, e que, apesar do piloto ter batido á porta da cabine este não lhe abriu a porta, esquecendo que o piloto poderia ter acianado um código que ao fim de 30 segundos abria a porta do cockpit.


Cedo foi referido que o co-piloto estava vivo até ao fim da tragédia, dado que se podia ouvir a sua respiração (no meio do ruído da cabine), o que não quer dizer que estava consciente. 


Depois temos um co-piloto que teria problemas psicológicos, ansiedade e depressões. O facto é que muitas pessoas, ao longo da sua vida, tiveram episódios semelhantes o que não os inpediu de fazerem a sua vida.


Um suicidia normalmente suicida-se sozinho a não ser alguns casos raros em que, por doença, por exemplo leva a mulher ou filhos para a morte. Um suicida que tenha algum ideal de "missão" divina  fá-lo com aparato midiatico.


Nunca iremos saber a verdade, até porque curiosamente a segunda caixa negra ainda não foi encontrada, quando é possuidora de um sinal que dura normalmente um mês. 


A verdade é que, sendo considerado o meio de transporte mais seguro (o mais seguro meio de transporte é o elevador), e não tendo os motivos habituais de atentados terroristas, motivos políticos e recentemente religiosos (já um pouco fora de moda nos tempos que correm), temos agora "nenhum motivo", o puro suicida.


Temos de ter medo, muito medo. Agora qualquer individuo pode ser um potencial assassino, qualquer ser aparentemente "normal" poderá ser o assassino que destroi o nosso meio mais seguro de transporte.


O medo é a melhor maneira de controlar o ser humano...






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segunda-feira, 16 de março de 2015

Porque é que o preço do petróleo não pára de baixar?

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O preço do petróleo não pára de baixar devido a vários factores: abrandamento da economia chinesa, aumento da oferta (produção de gás de xisto, por parte dos Estados Unidos) e recusa da OPEP em reduzir a produção (em particular por parte da Arábia Saudita).


Mas esta baixa também faz parte de um plano mais vasto de enfraquecer as economia da Venezuela e do Irão, mas sobretudo de demolir a economia da Rússia, já cercada militarmente pela NATO/USA, e vítima de sanções ocidentais.





Demolir a economia russa.


A baixa do preço do petróleo é uma estratégia dos Estados Unidos para enfraquecer o Irão, mas sobretudo a Rússia (segundo produtor mundial).


Atinge lateralmente outros países como a Venezuela, a Nigéria, Angola e Argélia, com economias dependentes do petróleo. Mas isto não passa de mais uma "cereja em cima do bolo", dado que a Venezuela é um alvo a abater e a Argélia o próximo país condenado a ver florescer uma "primavera árabe".


O pais que tem a capacidade, dado o volume de produção, de modular o preço do petróleo é, nem mais nem menos, que o governo fantoche instalado pelos Estados Unidos: a Arábia Saudita (primeiro produtor mundial), que não o faz nem vai fazer.


Estamos perante mais uma guerra do petróleo, os Estados Unidos e a Arábia Saudita tentam de destruir as economias do Irão e da Rússia.








Desafio de Putin no tabuleiro mundial.


Vladimir Putin chegou ao poder, em 1999, tinha pela frente um país fora de controle, dominado pelas oligarquias dos anos 90. Começou por limitar a evasão fiscal com a instauração de um imposto fixo de 13% sobre qualquer rendimento. Nacionalizou também as principais industrias.


O preço do petróleo estava elevado o que permitiu aumentar o nível de vida das populações.


As exportações de gás e petróleo representam 70% das exportações russas. A actual baixa do preço do petróleo representa uma quebra de 10% do PIB.


A especulação fez cair o rublo em cerca de 40% em dezembro de 2014. Mas existe um parceiro internacional russo capaz de virar a situação: a China. A China detém a maior reserva mundial de dólares, cerca de 4 000 000 000 000 de dólares, se decidisse vender esses dólares no mercado mundial, o valor dessa moeda desaparecia.







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domingo, 8 de março de 2015

Prisões portuguesas: entre o caos e o negócio.












Nem todos os reclusos em Portugal são seres abomináveis detidos por crimes hediondos, existem muitos detidos por pequenos delitos, por exemplo de roubo.

Se é verdade que uma sanção criminal, aplicada a um condenado e a sua execução, tem em vista a futura reinserção daquele na sociedade, não é menos verdade que a reclusão deve respeitar a dignidade do recluso.

As pessoas que entram na cadeia, deixam de ter liberdade, mas não deixam de ter plenos direitos de cidadania.





Prisões sobrelutadas.


Existe actualmente uma sobrelutação na prisões portuguesas, mais de 14 000 detidos (20% são estrangeiros) para uma lotação de 12 000.


Existem 53 estabelecimentos prisionais no país, 17 dos quais são centrais e 31 regionais. A população prisional portuguesa é maioritariamente masculina (há apenas 886 mulheres) e tem entre 25 e 39 anos - há 6691 detidos dentro desta faixa etária; enquanto 2594 presos têm entre 40 e 59 anos; e apenas 1762 têm entre 19 e 24 anos. 


Quase três mil foram detidos devido a roubo ou furto e mais de 2500 estão na prisão por crimes relacionados com tráfico e consumo de estupefacientes. Há ainda um número importante de homicídios: 1234 (dos quais apenas 96 cometidos por mulheres) e de violações (202). 







O negócio prisional.


Além da privação de liberdade a que foram condenados, são punidos com condições de vida inaceitáveis.


"É admitida a entrada, uma vez por semana, de pequenas quantidades de alimentos embalados com o peso máximo de 1 kg por cada entrega". 

As visitas só podem então entregar a um detido 1 kg de comida por semana, um litro de leite, por exemplo, basta para não poderem entregar mais nada.

"Por ocasião da visita de convívio alargado por motivo do aniversário do recluso, é admitida a entrada de um bolo de aniversário com peso até 2 kg, previamente fatiado".


Cada recluso só pode receber uma encomenda uma vez por mês, está incluído nesse capitulo por exemplo um simples livro que é considerado encomenda.


"Em cada estabelecimento prisional existe um serviço de cantina ao qual o recluso pode recorrer para aquisição dos alimentos ou outros produtos e objectos úteis à sua vida diária, constantes de lista aprovada por despacho do director-geral". 

"Os preços dos produtos devem aproximar-se o mais possível dos preços de venda ao público".

A proibição do envio de comida pelos familiares aos reclusos, obriga-os a comprar tudo nas cantinas dos estabelecimentos prisionais, onde tudo é vendido a preços exorbitantes, sempre muitíssimo mais elevados que no exterior. Não admira que nesta condições as cantinas das prisões nacionais tivessem um lucro de 680 000 euros em 2013.

Algumas cantinas definem margens de lucro de 20% nos seus produtos, uma taxa superior à margem entre 8% a 12% que está definida por despacho da DGRSP.

De acrescentar que desses 680 mil euros de lucro, apenas 600 mil euros foram entregues à Direcção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais (DGRSP), retendo verbas sem autorização. foi ainda detectado um volume total de vendas de 8,3 milhões de euros nas cantinas que os auditores consideraram muito elevado para estar sem controlo.


A desorganização da contabilidade e facturação das cantinas nas cadeias é grande, algumas em funcionamento não têm um técnico oficial de contas e muitas não pagaram o IVA.

A entrega de um simples edredom, que nos supermercados custa à volta de 15 euros, não é permitida, no entanto pode adquiri-lo no estabelecimento prisional por 30 euros.

"Não é permitida a utilização de roupa de cama e de banho proveniente do exterior". 


Alguns dos bens alimentares adquiridos nas prisões a data de validade do produto foi simplesmente rasgada.


"O tabaco e os instrumentos de ignição são obrigatoriamente adquiridos através do serviço de cantina ou do serviço de venda directa através de máquinas automáticas".  

O fornecimento de tabaco não é permitido, apenas poderá ser comprado no interior do estabelecimento prisional apenas com as marcas disponíveis, para os que têm dinheiro para tal.


O número de salas para conferências entre reclusos e os seus defensores é diminuto privando a intimidade entre advogado e recluso.


Estão muitas vezes a ser aplicadas penas de prisão efectiva completamente desproporcionais aos crimes, preterindo-se muitas vezes das penas alternativas. Portugal apresenta um tempo médio de prisão três vezes superior ao resto da Europa.


23% do total dos reclusos em Portugal estão em prisão preventiva...







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as visitas só podem levar um quilo de comida por semana.

Ler mais em: http://www.cmjornal.xl.pt/nacional/portugal/detalhe/cadeias-visitas-so-podem-levar-um-quilo-de-comida.html
as visitas só podem levar um quilo de comida por semana.

Ler mais em: http://www.cmjornal.xl.pt/nacional/portugal/detalhe/cadeias-visitas-so-podem-levar-um-quilo-de-comida.html

quinta-feira, 5 de março de 2015

Ir ao mar e não voltar

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De acordo com a lei portuguesa, a "morte presumida", em caso ausência de corpo, só pode ser declarada ao fim de dez anos. 


No caso dos pescadores, normalmente com fracos recurso, a tragédia de um naufrágio tem consequências dramáticas na capacidade de subsistência dos familiares dos pescadores desaparecidos.




Nestes casos existem muitos problemas , além da indemnização, temos a partilha de bens, acesso a contas bancárias, apoios sociais, pensões de viuvez ou a guarda  de  menores.


Na última década, 250 pessoas morreram no mar cujos os corpos nunca foram encontrados, alguns não pescadores. Nos últimos dois anos, houveram 57 desaparecidos no mar, sendo 12 pescadores.


Este problema, como relatado, não toca só aos pescadores, mas também os que praticam actividades marítimas.


Mas existem outros casos de "morte presumida" como as vítimas de queda de aeronaves em que os corpos nunca são encontrados ou reconhecidos, ou as vítimas de, por exemplo, um tsunami como o que atingiu o sudeste asiático. Neste casos, a não hipótese de sobrevivência, mesmo sem a presença do corpo, deveria "servir" de certidão de óbito.


Está em discussão na Assembleia da Republica um Projecto Lei para encurtar esse prazo de 10 anos para 90 dias, mas apenas para os pescadores, dado a particularidade da actividade. Esperemos que essa lei também possa ser aplicada a outras situações de "morte presumida".







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