quinta-feira, 30 de abril de 2015

A TAP voa, mas voa baixinho...

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A privatização da TAP significa vender-se a preço de saldo uma empresa preponderante na economia do país, e que se bem gerida poderia ser rentável.


A privatização da TAP significa que Portugal abdica de uma "empresa de bandeira", considerada em 2011 a melhor companhia aérea da Europa pela revista norte-americana "Global Traveler".





O salário milionário de um brasileiro da falida VARIG.


Muitas vezes na opinião pública confunde-se ordenados estratosféricos  dos seus administradores com os ordenados praticados com os seu 13 000 trabalhadores. 


Fernando Pinto, era presidente da VARIG, empresa falida, e foi escolhido para liderar a comissão executiva da TAP. É um dos gestores públicos mais bem pagos: 420 000 euros por ano.


O lucro da TAP (voos e manutenção) é absorvido pelos prejuízos das empresas que a TAP assumiu ao comprar a falida empresa brasileira de manutenção de aviões, VEM (que pertencia à companhia brasileira VARIG, agora TAP Manutenção e Engenharia Brasil.


Este negócio no Brasil representa um prejuízo de cerca de 60 milhões de euros por ano.


Este negócio à parte, a TAP tem um saldo positivo. Esta VEM representa uma espécie de BPN da companhia aérea portuguesa.A VEM já custou à TAP 500 de euros.


Os Aibus 340 e 330 que deveriam fazer a sua manutenção na Portela foram programados para o Brasil, enquanto deveriam ser apenas desviados para a VEM em caso de impossibilidade (espaço) de essas tarefas em Lisboa, o que nunca foi o caso.


Além disso, a TAP comprou a Portugália falida, a peso de ouro: 140 milhões de euros, do grupo GES




Os interesses pouco claros dos pilotos.


Os pilotos querem 20% da TAP em caso de privatização. Porquê só os pilotos e não o pessoal de terra ou hospedeiras. Nada disto faz sentido, sabendo que o capital da TAP vai ser vendido por um valor quase nulo, com um passivo de mil milhões, porque é que os pilotos querem 20% de prejuízos?


Os interesses em jogos não são claros.




Falida e sem compradores.


De facto, a TAP não pode receber financiamento público há mais de 10 anos pelas regras da União Europeia (UE).


No entanto, deve-se questionar porque é que, segundo a UE, é distorcer a concorrência o Estado
financiar a sua própria empresa, mas não é distorcer a concorrência financiar os buracos financeiros no BES, BPN e BPP, financiar as grandes multinacionais como a Volkswagen Autoeuropa ou financiar as low-costs como a Easyjet e a Ryanair. Resumindo: para a UE, o Estado pode financiar os lucros dos privados, mas não pode financiar as empresas públicas que prestam serviços essenciais para o país.


O objectivo está cumprido.
Não vai haver privatização, porque nenhum investidor no seu perfeito juízo não vai comprar uma empresa, pagar os tais cerca 1200 milhões de euros de passivo da TAP e ainda por cima sem saber se os pilotos tem ou não 20% da companhia.






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quarta-feira, 15 de abril de 2015

Quando os pais matam os seus próprios filhos...

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Nos últimos dias fomos confrontados com o assassínio de duas crianças pelos próprios pais, algo de impensável e de difícil compreensão para todos nós.

O que leva um pai ou uma mãe a assassinar os seus próprios filhos?





O infanticida.


O infanticida, frequente em algumas espécies de animais é extremamente raro no ser humano.


Quais as razões para um pai ou uma mãe matar o seu próprio filho, quando a descendência é um acto inato na maioria das espécies animais?


Na Grécia antiga, aquele que praticava tal acto era excomungado da cidade. Na Roma antiga era tolerado o infanticída da segunda filha ou quando uma criança era demasiado fraca e doente.


Na China ou na Índia as filhas eram, e são, frequentemente mortas por representar um peso para a família, dado que os país devem pagar um dote para as poder casar.


Nos povos primitivos, uma criança com uma qualquer malformação eram mortas após a nascença para não serem um peso para a comunidade.









A religião não fica nada bem na "fotografia".

Adorado por milhões de cristãos, muçulmanos e judeus, Abraão recebe a ordem de Deus para matar o seu filho, ordem essa que ele aceita. Esse consentimento para o assassinato é perverso e criminal, no entanto, Abraão é visto por estas religiões monoteístas como uma referência de devoção. 


Como conceber que Deus mandaria um pai matar o seu próprio filho, quando qualquer pai daria a sua própria vida para salvar o seu filho? Este mandamento tirânico é simplesmente uma impossibilidade moral, uma vez que refuta todos os códigos morais concebíveis. Se matar o seu próprio filho inocente é "bom", então o que na terra constitui o "mal"?


Será que Abraão mostra qualquer consideração pelo seu filho? Será que assume a responsabilidade moral? Será que acredita que matar uma criança inocente é um acto "bom"? Ou será que não pensa nas consequências, mas simplesmente obedece como uma maquina programada?  


O Abraamismo é o credo da absurda obediência escravizadora a um mestre irracional poderoso. Os adeptos dessas religiões são apenas guiados pelo terror da possível pena infligida por Deus, por desobediência, como as punições infinitas no inferno.  


Sendo essa ordem doentia aceite, então os 3,5 milhões de seguidores de Abraão deveriam ser classificados de doentes e perversos.







 



Desestruturação familiar.


Uma das características das sociedades actuais é a protecção dos mais fracos, e não de os deixar ao abandono e condenados à morte.


Então coloca-se a questão de saber porque é que pais e mães são capazes de assassinar os seus próprios filhos, alguns com requintes de sadismo.


As explicações não são fáceis. Claro que existe um distúrbio psicológico, mas qual?


Esses pais assassinos, por várias razões chegam ao ponto de considerar o seu próprio filho como um "objecto". Frequentemente essas pessoas são vítima de uma separação, abandonadas pelo seu cônjuge. A situação é a seguinte: abandonas-me, não te posso matar, mas vou matar o que criámos em conjunto, o nosso filho . Já que não quereres a nossa família vou fazer desaparecer o que criamos em conjunto.










O exemplo dos povos "primitivos".


Certas sociedades colectivistas, como as africanas ou ameríndias, são menos sujeitas a este tipo de atitude porque existe uma facilidade de suporte por parte dessa colectividade nas desavenças familiares. Nas sociedades ocidentais a base é a família nuclear: pai, mãe e filhos, sem ter em conta os restantes membros.


Claro que a desestruturação familiar é um factor decisivo, tal como outros factores, como a toxicodependência, mas matar os seus próprios filhos é uma forma de tendência suicida. Matar os seus próprios filhos não deixa de ser algo de terrível, dificilmente compreensível e simplesmente indescritível.







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segunda-feira, 13 de abril de 2015

Cada 40 segundos uma pessoa suicida-se no mundo

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Abordar o suicídio é delicado, porque sempre foi um assunto tabu por razões religiosas, culturais, sociais, e até políticas.


As causas são multifactoriais: a pobreza, o desemprego, a perda de um familiar, as condições de vida ou uma patologia sub-jacente.


A sua distribuição geográfica depende muito das culturas: mais elevada nos países do este europeu e em certos países asiático, mais baixa nos países muçulmanos e na América do Sul.







Considerações gerais.

O número de mortes por suicídio é superior ao número de mortes por guerras ou catástrofes naturais, mais 800 000 pessoas por ano.


Atinge todos os países, com uma média mundial de 11,4 suicídios por 100 000 habitantes. Mas não atinge todos os países da mesma maneira, a diferença entre os países ricos (12,7) e o países pobres (11,2) é muito semelhante, contrariamente à ideia pré-concebida.


Existe duas vezes mais suicídios nos homens do que nas mulheres.

Entre o ano 2000 e 2012 verificou-se uma diminuição dos suicídios, no mundo, de 26%.








Europa.

Um facto é que nos países nórdicos a taxa de suicídio é mais elevada do que no países do sul. Muitos vêm nesse facto que os países nórdicos, com uma taxa de felicidade mais elevada, paradoxalmente são os que têm as mais altas taxas de suicídio e daí dizerem que "se são tão felizes porque é que se suicidam"?


Dinamarca 8,8 suicídios por 100 000 habitantes, Noruega 9,1, Suécia 11,1, Islândia 14,0, o facto é que não estão muito longe da média europeia e mundial de 11,4. É verdade que os países do sul da Europa têm taxas bem mais baixas com a Grécia 3,8, Itália 4,7, Espanha 5,1, mas Portugal 8,2. 


Grande parte deste facto não se deve-se a padrões de índice de felicidade (educação, saúde, segurança) mas sim ao às tradições cristãs desses países do sul, onde o suicídio é condenado pela igreja.


De salientar que nos países europeus, as mais elevadas taxas de suicídio atingem sobretudo as pessoas idosas, com valores de 28,9 para os mais de 70 anos de idade, em França por exemplo, contra 7,9 no grupo entre os 15 e 29 anos de idade. Parte desse facto deve-se ao ostracismo a que os idosos são confrontados nas sociedades actuais.







América.

Os Estados Unidos ou o Canada estão dentro da média mundial, com 12,1 e 9,8 respectivamente.


O caso é bem diferente na América do Sul. Aí as taxas são particularmente baixas com 4,2 para o México e 5,8 para o Brasil. Influências religiosas e culturais estarão na sua base. Mas surgem caso assustadores: 44,2 para a Guiana (a mais elevada a nível mundial) e 27,8 para o Suriname.


Estes países estão fracturados do ponto de vista social, foram alvo de colonização e os ameríndios deixados ao abandono. É neles que se regista a grande maioria dos suicídios (o que também é válido para todos os países da América do Sul e Austrália). Taxas de desemprego elevadíssimas, más condições de vida e abuso de álcool.






Países muçulmanos.

Na religião muçulmana o suicídio é considerado crime, ainda existem 25 países do mundo onde consta nas suas constituições, a sua grande maioria muçulmana. É nestes países que temos as taxas mais baixas de suicídio com a Arábia Saudita 0,4 (a mais baixa a nível mundial), Argélia 1,9, Tunísia 2,4.







África.

Perto da média mundial mas com nítido aumento (38% de 2000 a 2012), muitos dos quais agricultores.






Ásia.

Temos aqui taxas elevadas de suicídio. Japão 18,5 por razões sobretudo culturais (de honra). Índia 21,1 razões razões culturais e religiosas como a reencarnação. Coreia do Norte em que muito chamados suicídios são crimes. Coreia do Sul por stress, sobretudo relacionado com o trabalho.






Os factores que levam ao suicídio são múltiplos e sempre de grande sofrimento, no entanto a sua prevenção é possível em alguns casos, para os restantes teriam de ser mudados os paradigmas sociais actuais. Uma coisa é certa, não se tratam só de casos isolados que sempre assustaram as nossas sociedades e que sempre foram escondidos.



Não é que o suicídio seja sempre uma loucura. (...) Mas, em geral, não é num acesso de razão que nos matamos. (Voltaire).







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domingo, 12 de abril de 2015

Felicidade: saúde, educação e ateísmo.

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Um estudo divulgado pelo Eurostat concentra-se no indicador de satisfação com a vida porque ele é "um indicador-chave de bem-estar subjectivo". "A satisfação com a vida é um conceito multi-dimensional que é muito moldado por vários factores sócio-demográficos, que conduzem a situações de vida distintas, bem como a diferentes expectativas e preferências".





Felicidade a norte da Europa?


No top 5 dos países mais felizes do mundo está a Suécia/5, a Holanda/4, Suiça/3, Noruega/2, Dinamarca/1. Nos últimos lugares do top da UE, estão Portugal no honroso penúltimo lugar e a Bulgária, no último.


Surpreendentemente, ou não, não é o salário que mais contribui para os europeus estarem satisfeitos com a sua vida. "As condições de saúde são um dos factores determinantes na satisfação com a vida, à frente de outros factores como a posição financeira, a situação do mercado laboral ou as relações sociais"



Saúde e educação fonte de felicidade?


Com elevados índices de educação e saúde, a Dinamarca ficou no melhor lugar. Mas o que, realmente torna os dinamarqueses felizes é “o extremo grau de confiança que as pessoas têm umas nas outras e nas instituições”.


Não é só no ranking de felicidade que a Dinamarca aparece entre as primeiras posições.O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), um dos principais medidores de qualidade de vida, do país é de 0.901. O IDH avalia critérios da educação, economia e saúde para classificar de 0 a 10 os países. Quanto mais perto do 1, melhor.


No país, gasta-se mais de 5.600 dólares anualmente com saúde por pessoa, o que dá um total de 11,2% do PIB.


Segurança: É considerado um dos países mais seguros do mundo e o 7º melhor país do mundo para se viver e trabalhar, de acordo com o ranking 2013 OCDE.


A Dinamarca, como país membro da UE, possibilita a todos os cidadãos europeus o acesso às suas universidades de forma completamente gratuita.




Ateísmo fonte de felicidade?


A afirmação parece contraditória, sendo que a maioria das religiões prega a paz e o amor, mas, segundo o Índice Global da Paz (IGP) de 2012, apesar do mundo em geral ter ficado um pouco mais pacífico nos últimos anos, são os países menos religiosos que continuam sendo menos violentos.


Na Nova Zelândia, Dinamarca e Noruega, países que estão no top 10 de mais pacíficos, o conflito religioso na sociedade é praticamente inexistente. Também, um ranking feito pelo sociólogo Phil Zuckerman mostrou que todos os países desse top 10, menos a Irlanda, estão entre os 50 menos crentes do mundo.





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domingo, 5 de abril de 2015

Porque é que os aviões caem?

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Voos diários mundiais





3,3 mil milhões de passageiros por ano, 106 000 voos por dia e apenas 641 mortos em acidentes aéreos em 2014. Mais uma prova de que o avião é o meio de transporte mais seguro? Este é o mito vezes sem conta repetido, mas depende do ponto de vista das estatísticas...




Os aviões caem porque não fomos feitos para voar, senão teríamos asas. Não tendo asas a cada acidente aéreo é sempre referido que é o meio de transporte mais seguro, dado o pouco número de vítimas anuais.


Além do facto de que considerando todos os meios de transporte, o elevador continua a ser o meio mais seguro, o transporte aéreo é sempre comparado com o automóvel para reforçar esse facto.


Vamos então analisar o transporte aéreo versus o transporte de automóvel.


Claro que em qualquer país as vítimas de acidentes de viação são superiores ao total das vítimas mundiais de acidentes aéreos, mas vejamos os dados de mais perto.


As estatísticas referem sempre o número vítimas em relação aos quilómetros percorridos. 

Temos 0,05 mortos anuais e 1,57 mortos por 100 milhão de km percorridos para os aviões contra 1,32 mortos anuais e 1,47 mortos por 100 milhões km percorridos para as automóveis. Constatamos portanto um número de vítimas semelhante.

Portanto para ir de um ponto A a um ponto B temos mais ou menos o mesmo risco de avião ou de carro.



Se tomar-mos em conta o risco de morte pelo simples facto de subir a bordo de um avião ou de subir a bordo do um carro, independentemente da distância percorrida, será mais mais arriscado um ou outro? Temos de ter em conta a distância média percorrida a cada utilização, avião ou carro.

A distância média percorrida por um avião é de cerca de 3000 km (6500 para os longo curso e 500 km para os de curto curso). A distância média percorrida de carro é de cerca de 20 km.

Temos então a seguinte probabilidade: 1 acidente mortal para cada 1 000 000 de utilizações para os aviões e 1 acidente mortal para cada 10 000 000 utilizações para os carros. Portanto é 10 vezes mais arriscado utilizar um avião do que o carro para se deslocar.



O automóvel mata 1 milhão de pessoas por ano no mundo, o avião 1 000, daí termos mais probabilidade de morrer de um acidente de carro do que de avião. Mas isso faz deste mais seguro? Já vimos que não.



Estes dois meios de transporte não são comparáveis. No entanto, a frase de que  "é mais seguro voar do que conduzir até ao aéroporto" não é verdade, é 4 vezes mais perigoso passar uma hora num avião do que uma hora num carro.








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quarta-feira, 1 de abril de 2015

Sociedade de consumo...

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Porto de Sheerness em Kent, na
Inglaterra

 
O que é isto?

São depósitos de carros novos não vendidos e que nunca serão vendidos. 




Existe uma sobre produção de automóveis que ninguém quer ou tem possibilidade de comprar, estão simplesmente abandonados e vão ser enviados para reciclagem.


A economia real já não tem a possibilidade de absorver os carros produzidos.


As empresas produtoras não podem baixar os preços, porque os novos produzidos a preços mais altos não seriam vendidos.


Estão então ao abandono, a deterioram-se...


Sociedade de consumo no seu expoente máximo...





São Petersburgo, Rússia





Porto de Valencia, Espanha



Antigo aeroporto







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